05/03/10

JASENOVAC, O HOLOCAUSTO PROMOVIDO PELO VATICANO

A Assembleia Geral da ONU eligiu o 27 de Janeiro como dia oficial de comemoração, dado que em essa data o ano 1945 as tropas soviéticas libertaram o campo de extermínio de Auschwitz –o úlimo campo desse tipo aínda em funcionamento. Ao longo de toda Europa rende-se tributo aos 53 milhões de pessoas que morreram durante a 2ª Guerra Mundial, dos que 31 mihões foram civis. A comemoração está vinculada ao Dia Internacional de Memória do Holocausto.

Auschwitz-Birkenau foi o maior centro de extermínio criado pelos názis. Tem-se convertido no símbolo do Holocausto e do mal absoluto dos nossos tempos. Pouca gente sabe que o terceiro maior campo de extermínio foi o de Jasenovac. Duas razões podem explicar isto: a primeira, que está situado em Croácia. A segunda, que a maior parte das vítimas foram sérbias. As cifras de mortos nos campos de extermínio variam, mas as estimações comumente aceitadas proprocionam estes dados:

Auschwitz II 1,400,000
Treblinka 870,000
Jasenovac 600,000
Belzeg 600,000
Majdanek 360,000
Chelmno 320,000
Sobibor 250,000
Maly Trostinets 65,000


Antecedentes

Tras a ocupação de Jugoeslávia, os názis alemães e os fascistas italianos constituiram um Estado “independente” em Croácia, que passou a funcionar basicamente como um Estado-marioneta dos názis. Imediatamente depois do estabelecimento deste Governo títere, o ustasho, formaram-se milícias e bandas que se adicaram a exterminar sérbios, judeus e gitanos. Os sacerdotes católicos, alguns deles franciscanos, participaram também nos actos de extermínio. A crueldade dos ustashos foi tão desmesurada que inclusso o mando do exército alemão na Jugoeslávia elevou as suas queixas. Os partisãos, dirigidos pelo comunista croata Josip Broz Tito, e os chetniks – nacionalistas sérbios- combateram aos ustashos.

Sob o liderádego de Andrija Artukovic, mão direita do dirigente ustasho Ante Pavelic, que se ganhou o alcume de “o Himmler dos Balcães”, os ustashos erigiram campos de concentração, o mais destacado dos quais foi o de Jasenovac. Segundo distintas fontes, arredor de 100.000 pessoas foram assassinadas neste campo, entre elas dúzias de miles de judeus (é curioo sinalar que alguns dos dirigentes ustashos estavam casados com mulheres judias). No território croata umas 700.000 pessoas foras massacradas.


Jasenovac

Situado umas 62 milhas ao sul de Zagreb, Jasenovac foi o maior campo de concentração e extermínio croata. Jasenovac, estava formado por uma rede de vários subcampos, e foi estabelecido em Agosto de 1941, sendo clausurado em Abril de 1945. Jasenovac não foi o único lugar onde a vizinha sérbia, Croácia, estabeleceu campos nos que judeus, sérbios e gitanos romaneses foram assassinados. Os muçulmãs bôsnios e os albano-kosovares também eram aliados de Hitler

Em Abril de 1945, o exército partisão cercou o campo. Num intento de borrar qualquer traça das atrozidades ali cometidas, a Ustala dinamitou a totalidade das instalações, matou à maior parte dos internados e tratou de ocultar todas as evidências das brutalidades perpetradas em Jasenovac; todas as provas materiais desapareceram como se jamais tiver existido um lager naquele lugar. Mais tarde –durante a época de Tito- o Estado e as autoridades trataram de implementar o lema de “Irmandade e unidade” entre as distintas étnias, com a intenção de reestabelecer a tolerância entre as distintas nacionalidades e que os crimes fossem esquecidos tão rápido como for possível.

A “Enciclopédia do Holocausto”, editado por Yisrael Gutman, vol. 1, 1995, pp. 739-740 proporciona a seguinte descripção:

É dificil estabelecer o número de vítimas assassinadas no campo deconcentração de Jasenovac, dado que muitos documentos foram destruídos. Os arquivos sobre os prissoneiros foram destruídos duas vezes (a começos de 1943 e em Abril de 1945), e inclusso se tivessem sido preservados, teriam resultado de escasa ajuda, porque os ustashos freqüentemente matavam aos prissoneiros recém chegados imediatamente, sem chegar a registrar os seus nomes nos ficheiros. Isto era particularmente assim com aqueles que chegavam procedentes de Eslovênia, Srem e Kozara, pois só se anotara a chegada de 9.830 pessoas –ou 155 vagões. Por exemplo, um muito escaso número de gitanos foi resgistado, apenas uns centos, quando se sabe que entre 25.000 e 35.000 foram assassinados em Jasenovac. A comunidade judia em Jogoeslávia estabeleceu o número de judeus que morreram em Jasenovac em 20.000. As cifras de sérbios massacrados variam muito. As fontes oscilam entre os 300.000 e os 700.000. Seja como for, a maioria das pessoas mortas em Jasenovac eram sérbias. O número exacto é uma incógnita, mas alcança sem dúvida o de vários centos de miles. O Comitê Nacional de Croácia para a investigação dos crimes das forças de ocupação e os seus colaboradores estabelecia no seu informe do 15 de Novembro de 1945 que foram assassinadas em Jasenovac entre 500.000 e 600.000 pessoas”.

O Centro Yad Vashem afirma que arredor de 500.000 sérbios foram assassinados em Croácia, incluíndo aqueles que morreram em Jasenovac, onde aproximativamente 600.000 vítimas de todas as étnias foram liquidadas.

Aqui podedes ver o documental “Jasenovac, o campo da morte mais cruel de todos os tempos”.


Aspecto religioso

Mentres que para os názis alemães Jasenovac foi mais uma ferramenta e limpeça étnica, para os ustashos o aspecto religioso jogou um rol cruzial. A finalidade e a sua eficaz implementação é descrita diferentemente pelas pessoas que estiveram nos Balcães naquele período. Os dirigentes ustashos declararam que matariam a um terço da população sérbia em Croácia, deportando a outro terço e convertendo à força ao terço restante da Ortodóxia para o Catolicismo Romano. Qualquer deles que se negasse a ser convertido era passado pelas armas.

Poderiamos dizer que a motivação religiosa e a brutalidade dos carniceiros eram os princípios rectores de Jasenovac. O facto é que 743 sacerdotes católico-romanos foram membros da Ustashi e que mataram pessoalmente sérbios, judeus e gitanos. Jasenovac foi dirigida durante uma temporada pelo Irmão Filipovic Mjstorovic, um sacerdote católico que admitiu ter matado “40.000 sérbios com as minhas próprias mãos”. Noutro momento, um monje fransciscano foi o comandante de campo.

O sistema de campos croatas de Jasenovac incluia também um lager para crianças, dirigido por monjas católicas que utilizavam matarratas para aforrar balas.

Os sacerdotes católico-romanos que participaram na massacre de dúzias de miles de sérbios, judeus e gitanose na gestão dos campos de Jasenovac, fogiram de Europa através da “Ruta das Ratas do Vaticano”, dirigida pelo Irmão Draganovich, um sacerdote católico croata que ajudou a que criminais como Klauss Barbe escapassem de Europa rumbo à Argentina.


A conexão vaticana

Em 1999 um processo foi promovido desde um tribunal de San Francisco contra a Banca Vaticana e a Orde dos Franciscanos, o Movimento de Libertação Croata (os ustashos), a Banca Nacional Suíça e outros, a fim de exigir 100 milhões de dólares em conceito de danos ao Vaticano pela sua participação nesses crimes de guerra contra sérbios, judeus e gitanos. A iniciativa foi promovida por superviventes judeus, sérbios, ucranianos e gitanos romanis, assim como por familiares das vítimas e várias organizações que representavam a 300.000 vítimas da 2ª Guerra Mundial. A demanda exigia indenização e restituição.

Os Franciscanos de Roma colaboraram no contrabando do tesouro ustasho e ajudaram a fogir da justiça aos criminais de guerra croatas. A Banca Vaticana suspeita-se que ficou com boa parte do tesouro ustasho. O Vaticano não só acaparou o oiro que reuniram os croatas, senão que também os ajudaram a eludir a justiça. Em 1986, por exemplo, o Governo dos EEUU dou à luz documentos que revelavam que o Vaticano organizara a saída de Europa do dirigente ustasho Ante Pavelic rumbo a Argentina, junto com outros 200 altos oficiais do seu regime. Pavelic obteve protecção do Vaticano, a Espanha fascista e a Argentina peronista. O Ministro do Interior ustasho, Artukovic, viveu tranquilaente em California entre 1949 e 1986, em que foi finalmente deportado a Jugoeslávia e julgado por assassinato. Centos de ustashos fogiram da justiça graças à sua riqueça, influência e o respaldo da Igreja Católico-Romana, e viveram nos EEUU e no Reino Unido, onde os seus Governos deram estatuto a estes criminais de guerra de combatentes contra o comunismo e ltadores pela liberdade.

Quando rematou a guerra, soubo-se que a Banca Vaticana e outros bancos mundiais ajudaram a transferir fundos do III Reich e a que muitos criminais de guerra escaparam no que hoje em dia é conhceida como a “Ruta das Ratas Vaticana”.

A Banca Vaticana tem alegado ignorância de qualquer participação nos crimes dos ustashos ou na desaparição do tesouro croata. O Vaticano tem-se negado a abrir os seus arquivos de guerra, a pesar dos requerimentos por parte do Governo dos EEUU, e organizações judias e gitanas.


A memória hoje

No verão de 2008 o Embaixador israeli em Croácia, Shmuel Meirom, criticou duramente o funeral oficiado na honra dum dos dirigentes do campo de concentração de Jasenovac em Zagreb, afirmando que insultava a memória dos que morreram no campo de concentração gestionado pelos croatas aliados dos názis. “Estou convencido de que a maioria do povo croata está abraiada pela forma em que teve lugar o funeral do assssino e comandante de Jasenovac, vestido com o uniforme ustasho”, dixo o Embaixador Meirom numa queixa por escrito. “Ao mesmo tempo, condeio energicamente as inapropriadas palavras que o sacerdote que oficiou o funeral pronunciou dizendo que Sakic era um modelo para todos os croatas.

A comemoração annual do Holocausto é uma lembrança muito importante para não esquecer a história. Quando menos um dia ao ano é positivo reflexionar sobre o que pode ser o nacionalismo levado ao seu extremo, e que tipo de inteesses, jogos de poder, e ocultos motivos possibilitam o assassinato de populações civis ou grupos étnicos.


ARI RUSILA

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