10/03/10

A ESQUERDA ISRAELI AO DESCOBERTO

Arredor de 3.000 mercenários estrangeiros, “árabe-israelis”, e judeus esquerdistas levaram a cabo uma manifestação no bairro de Shimon HaTzadik (Sheikh Jarrah) de Jerusalém o passado sábado pela noite para protestar pela presença de quatro famílias judias numa vivenda da sua propriedade no referido bairro.

Duma banda, a manifestação foi um sucesso muito comentado –é, de longe, o maior número de gente que jamais se tenha reunido para protestar contra a presença de judeus em Jerusalém.

Doutra, a esquerda israeli tem-se decatado do seu papel de meros comparsas, porque advirtem que do que realmente tratava a manifestação estava para além do que lhes cabia agardar, e os situa claramente fóra de qualquer possibilidade de consenso na sociedade israeli.

Que se passou nesta manifestação? Muitos dos congregados portavam bandeiras palestinianas, bandeiras vermelhas com a fouze e o martelo do Partido Comunista, e bandeiras de Fatah com a escopeta superposta sobre uma image verde de Israel. Havia também algumas bandeiras, poucas, israelis com a palabra “Paz”. E esse foi, frealmente, o detonante dos problemas.

Samieh Jabarin, director e dramaturgo palestiniano, ao subir ao estrado para dirigir-se à concurrência criticou abertamente àqueles que portavam as bandeiras azuis e brancas com a palabra “Paz” escrita sobre elas.

“A palabra ‘paz’ não pode figurar nunca nessa bandeira!”, dixo Jabarin.

Para os palestinianos, explicou, as cores azul e branca simbolizam a sua desgraça, não a paz. Simbolizam a ocupação o Sionismo, que é contra o que a manifestação do sábado se desenvolvia na realidade, segundo afirmou.

A situação de Sheikh Jarrah não é senão um sintoma do conflito palestiniano-israeli, a resposta ao qual, continuou Jabarin, não pode ser outra que a solução do Estado único.

Mentres os seus comentários desde o estrado levantavam as ovações e os aplausos, alguém da organização subiu e tomou a palavra para aclarar que todo o mundo era benvindo no acto, e que todos os pontos de vista deviam ser respeitados. Abucheos.

Mas não terão chegado demassiado longe estas protestas de Sheikh Jarrah, que têm galvanizado a acção política da esquerda israeli durante as últias semanas?

“Em absoluto”, é a resposta de Avner Inbar, um dos organizadores da marcha, o The Jerusalem Post na edição do domingo. “A esquerda israeli está onde tem que estar”.

O facto de que a esquerda israeli participe nestas protestas, e que os organziadores tratem de nenguneá-los e de negar a sua significância, amosa claramente quam extremista e patética tem chegado a ser a posição da esquerda em Israel.

Esses que o sábado voziferavam junto os de Fatah pedindo a expulsão dos judeus de Jerusalém, são os mesmos que votaram pelo Meretz e o Partido Laborista nas passadas eleições. E com essa actitude, provavelmente, o que tenham feito é encher os sacos de votos do Likud e dos partidos à sua direita. Apenas nenhum judeu israeli quer compartir Estado com os “palestinianos”. Sabemos o que é Gaza e Ramala e não queremos formar parte disso.

A esquerda israeli tem ficado desmascarada. Já não podem afirmar que são leais ao Estado de Israel. Nunca mais poderão afirmar que são sionistas. Não podem pretender volver a formar parte de nenhum consenso judeu israeli. Têm sobrepassado todas as linhas vermelhas.

Paz Agora foi um dos grupos que explicitamente participou na nauseabunda manifestação do sábado. Espero que ninguém me volva dizer que são sionistas nunca mais.


ISRAEL MATZAV

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