10/03/10

MEU NOME É HORST

Rachel Corrie era membro do Movimento de Solidariedade Internacional (ISM) quando morreu em Gaza no ano 2003 atropelhada por um bulldozer das IDF, cujo condutor não a distinguiu tumbada no seu caminho mentres tratava de evitar que se derrubasse um refúgio terrorista.

Inspirado pelo facto de que os pais de Rachel Corrie estám promovendo um juízo contra Israel e as IDF pelo suicídio da sua descerebrada filha, ocorreu-se-me que tal vez o autêntico papel jogado por Rachel Corrie na história não é devidamente apreciado por alguma gente. Quer dizer, o de ser a Horst Wessel da esquerda ánti-israeli.

Permitam que me explique.

Horst Wessel foi um jovem idealista alemão que pertencia à organização Juventude Bismarckiana, um grupo de jóvenes nacionalistas na Alemanha de Weimar posterior à 1ª Guerra Mundial. Esse grupo era demasiado moderado para ele e, então, decidiu aderir ao Partido dos Trabalhadores Nacional-Socialista Alemão em 1926, quando apenas contava 19 anos. Ao igual que Rachel, escrevia poemas e gostava-lhe a música. Tocava o oboe. Um dos seus poemas intitulava-se “Alçade alto a bandeira”.

Em 1930, quando ele já contava 23, teve uma desputa com a sua caseira, cujo marido era dirigente dum partido comunista. Provavelmente a conseqüência disso, o 14 de Janeiro de 1930, Wessel recebeu um disparo no rosto supostamente efetuado por Albrecht Höhler, um activo membro do partido comunista local. Wessel morreu no hospital o dia 23 de Fevereiro. O assassino foi sentenciado a seis anos de cárcere e, posteriormente, foi assassinado pela Gestapo. O partido comunista negou toda implicação na morte de Wessel e insistiu em que este morrera devido a uma desputa sobre o aluguer que tinha que pagar.

O Partido Názi, sem embargo, decidiu que Wessel poderia constituir uma brilhante figura de mártir, e que a sua trágica morte poderia ser utilizada como munição política poara promover a agenda do Partido. Goebbels e Göering organizaram um gigantesco funeral na sua honra. Wessel passou a ser lembrado em funerais, livros e filmes. Os jornais názis comparavam-no com Jesuscristo. A Armada alemã dou o seu nome a um dos seus navios de trainamento. A “Canção de Horst Wessel”, baseada no poema de Wessel “Alçade alto a bandeira”, converteu-se na canção marcial oficial do Partido Názi. Era cantada e interpretada com pro`pósitos de recrutamento pelo Partido. A juventude názi fazia pelegrinagens à tumba de Wessel. Os fascistas britânicos trocaram o textgo ligeiramente e o adoptaram como a sua própria canção marcial.

Horst Wessel foi obviamente a Rachel Corrie do movimento ánti-judeu quase 80 anos antes de que Corrie joasse um papel semelhante. Em ambos casos, oseu “martírio” foi, de facto, uma patética morte devida em boa parte à sua própria estupidez. Em ambos casos, a morte duma jovem pessoa ingênua envolvida em actividades políticas extremistas foi utilizada pelos grupos terroristas aos que pertenciam. Em ambos casos os “mártires” foiram beatificados por aqueles que procuram o assassinato e aniquilação dos judeus.

A única resposta adequada à representação da obra de propaganda ánti-semita, “Meu nome é Rachel”, nos teatros de todo o mundo onde se cenifica, seria contraprogramar com uma nova obra: uma que se intitulasse “Meu nome é Horst”.


STEVEN PLAUT


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