06/09/09

COMO RESPOSTAR AOS INIMIGOS DE SION



Um dos mais importantes descárregos que aduzem os defensores de Israel, tanto os judeus norteamericanos como os israelis, é a boa disposição de Israel no compromiso pela paz. “O maior desejo de Israel é a paz, e está disposta a sacrificar-se por ela”, proclamam orgulhosos, em contraste com as seis décadas de rechazo de esta pelos árabes. Outro aspecto essencial citado por aqueles que apoiam a Israel é o facto de ser “a única democracia do Meio Leste”, tras o qual soem enumerar tudo aquilo no que Israel é semelhante aos EEUU.

Israel é certamente o único país do Meio Leste com eleições livres, liberdade de expressão e religiosa. Para além de qualquer problema com a democracia israeli, é infinitamente melhor que a teocracia saudi ou iraniana, as ditaduras síria ou egípcia, ou a totalidade do resto de regimes facinerosos que governam o Meio Leste. Sem embargo, sendo este o argumento cardinal a favor de Israel, os defensores de Israel topam-se com um terrível dilema: o carácter judeu e sionista de Israel é inerentemente oposto ao autêntico e progressista estilo de democracia occidental. Israel é, por definição, um Estado judeu, o que significa que os judeus devem constituir a maioria da população do país, e a cultura, a religião, a língua, as festividades e o carácter são esmeradamente judeus. Inclusso se um árabe goza de igualdade ante a lei e o direito a votar, está automaticamente alienado desde um ponto de vista cultural num Estado que pertence a outro povo. Nenhum árabe pode cantar “Hatikva” com orgulho, emocionando-se mentres recita “o espírito dum judeu anhora”. Nem se pode identificar com uma bandeira desenhada para lembrar o manto de oração judeu e que exibe a Estrela de David, símbolo do povo judeu. Não pode celebrar Yom HaAztmaut, o Dia da Independência de Israel, pois é o dia da sua derrota às mãos dos judeus. Todos os defensores de Israel deveriam dar-se conta de que Israel, na medida em que é um Estado judeu, não poderá ser jamais uma democracia perfeita no sentido de Canadá ou os EEUU. Dito seja sem ânimo de criticar ou deslegitimar a Israel. É simplesmente a constatação dum facto.

De modo semelhante, Israel nunca poderá ter uma separação perfeita de Sinagoga e Estado, como nos EEUU. Qualquer que seja o papel que a religião jogue na esfera pública, a maioria dos israelis está dacordo na importância de que o Judaísmo jogue um rol no stado Judeu. Para que o conceito de “Estado Judeu” tenha algum significado, Israel deve ostentar algum tipo de carácter judeu.

Velaqui os defectos fundamentais dos defensores de Israel. Israel nunca será uma democracia perfeita, nem homologável à americana ou a Occidente, se quer ser judea. No mesmo sentido, os israelis e os judeus norteamericanos apresentam a democracia como o mais importante dos objectivos israelis, como se uma Israel sem paz fosse algo secundário. A compulsão obsessiva de Israel por seguir uma insensata política de apaciguamento e claudicação no nome da “paz” é utilizada como prova da suprema rectitude de Israel. Desde as crianças judeas das escolas hebraicas e os cámpus de verão, às que se lhes tem lavado o cerebro com o mantra da “paz”, até os progres judeus norteamericanos e os esquerdistas israelis aínda namorados de Rabin e Oslo, lembra-se-nos constantemente que “Israel é antetudo paz”.

Desde o primeiro momento do re-assentamento judeu em Israel, tem-se dado um conflito permanente com os árabes. Nas nove décadas transcorridas desde os progromos árabes dos anos vinte, o derramamento de sangue não tem conhecido descanso. Para além das iniciativas de vários Presidentes dos EEUU, as duas partes semelham demassiado distantes e irreconciliáveis numa resolução de paz ao conflito. Judeus e árabes têm demassiadas diferências em termos de cultura, passado colectivo e pontos de vista face o porvir, como para alcançar acordo de paz algum no futuro próximo. Dito o qual, deve ser considerada Israel um completo fracasso?

A paz é uma meta importante para Israel, mas não deve ser o mais importante objectivo. A procura da paz não é o que legitima o direito a existir de Israel, nem o seu Governo democrático nem o suposto apoio de Occidente. A fim de contas, pode-se instituir fazilmente um regime democrático e pro-occidental nas terras arrebatadas a outra nação, como foi o caso de Canadá, os EEUU ou a Índia, por exemplo. Tras apropriar-se do território dos nativos, é lógico que o país procure a paz com os conquistados.

O que brinda a Israel uma legitimidade superior no conflito é o facto de que a Terra de Israel pertence inquestionavelmente ao Povo Judeu. Foi na Terra de Israel onde nasceu o Povo Judeu como tal, onde construiu por duas vezes uma comunidade, e onde combateu heroicamente antes de ser expulsado, primeiro pelos babilônios e depois pelos romanos. Foi na Terra de Israel onde Abraham, Isaac e Jacob viveram, onde lutou David e onde Salomão governou, onde Isaias e Jremias profetizaram e chamaram aos judeus díscolos a arrepender-se. Foi a Terra pela que, lembrando a sua glória, os judeus sentados junto os rios de Babilonia choravam. É a Terra na que os nossos Sábios nos ensinaram que está fundada a Torá. O assentamento judeu e a sua presença em Israel precede à dos britânicos na Grande Bretanha, os franceses na França, ou os romanos em Roma. Quando os gregos apenas estavam começando a plantejar-se as grandes perguntas da filosofia, os judeus já tinham abandoado Egipto, conquistado a Terra, estabelecido Jerusalém como a sua capital, construído o Templo, dividido o território em dois Reinos, padecido o exílio em Babilônia durante 5º anos, eregressado para reconstruir a nação sob o mandato de Ezra e Nehemias.

Inclusso depois de que a maioria dos judeus fosse levada em cautividade pelos romanos, a Terra nunca esteve privada da presença dos judeus. O centro da vida judea extendeu-se à Galilea e depois ao Golan, e durante os tempos, os judeus observantes seguiram assentando-se nas sagradas cidades de Jerusalém, Hebron, Safed e Tiberias. Para as enormes massas que não puideram fazer aliya e regressar ao fogar, Israel permaneceu como o seu ponto central de lembrança e desejo. Todos e cada um dos anos, ao rematar o Seder de Pesaj e a celebração do Yom Kippur, cada judeu declara: “O ano que vem em Jerusalém!”. Em cada voda judea, rompe-se uma copa e faz-se uma promesa: “Se eu te esquecer, oh Jerusalém…”. Três vezes ao dia, todos e cada um dos dias, os judeus observantes volvem-se face o Leste e suplicam o D’us, “que os nossos olhos contemplem o teu missericordioso regresso a Sion”. Um judeu nem sequer pode comer uma bolacha sem dar graças a D’us “fela boa e espaciosa terra que Tu entregaste aos nossos ancestros em herdança”.

A todos aqueles que acusam a Israel dos crimes mais envilecidos, da “ocupação”, a “limpeza étnica”, o “roubo de territórios”, a nossa resposta não deve limitar-se a dizer que Israel quer a paz e que é a única democracia no Meio Leste. O facto de que Israel seja o principal aliado dos EEUU é irrelevante. A nossa resposta deve ser a de Simão o Macabeo ao rei dos seleucidas Antíoco: “Nem temos arrebatado terra estrangeira nem tomado propriedade alheia, mas apenas a herdança que nos deixaram os nossos pais, que no seu dia nos foi arrebatada injustamente pelos nossos inimigos. Agora que temos a oportunidade, aferraremo-nos fortemente ao que os nossos pais nos deixaram em herdança”. Não existe o “povo palestiniano” nem jamais tem existido, nem existirá. Qualquer estudante de história sabe que é assim. A relação dos judeus com a sua Terra é de amor, pertença, amarga separação e gozoso retorno.

Contestemos assim aos inimigos de Sion.


BAR KOCHBA

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