11/09/09

ISRAEL NUNCA SERÁ O SUFICIENTEMENTE PEQUENA

Uma visão futurista desde 2016.


Como todos sabemos, um revolucionário novo programa de paz foi proposto há seis anos, em 2010, e implementado em 2012. O plano baseava-se no princípio de “Dois Estados para Dois Povos” e recebeu praticamente o unânime apoio da esquerda israeli. Entre os que celebraram o decisivo logro tras promover a proposta estavam Paz Agora, os Físicos pelos Direitos Humanos, Meretz, Yesh Gvul e muitas outras organizações pelo estilo.

Numerosos governos europeus decidiram proporcionar generosas ajudas aos grupos que apoiaram o plano.

O novo plano de “Dois Estados para Dois Povos” era muito simples. A Faixa de Gaza, o West Bank, e grandes áreas de Israel –dentro da Linha Verde (quer dizer, dentro dos limites de Israel anteriores a 1967) conformariam um novo Estado árabe-palestiniano. Ao mesmo tempo, aos judeus concederia-se-lhes manter o seu próprio Estado nos limites do que se passou a denominar Míni-Israel.

Míni-Israel era uma cidade em miniatura, semelhante a Madurodam em Holanda e outras cidades em miniatura que há nalguns países europeus. Ubicada num precioso parque perto de Latrun, no Val de Ayalon, com accessos singelos para chegar desde o Aeroporto Internacional Yasser Arafat, em Lod (o antigo nome de Aeroporto Ben Gurion foi trocado em 2012), constituia uma exitosa atracção turística.

Inaugurada em 2012, reunia arredor de 350 formosos modelos réplica de lugares históricos, religiosos e arqueológicos. Míni.Israel recebia aos vsitantes através duma comovedora introducção a Israel, num entorno mágico. Tudo estava feito a escala exacta, onde cada 4 centímetros equivaliam a um metro do território libertado por Palestina.

Os lugares em Míni-Israel reflexavam diferentes tradições e os grupos étnicos a elas associadas –muçulmãos, judeus, cristãos, drusos, beduínos e outros.

A ideia de recolocar Israel nos limites de Míni-Israel, foi “simplesmente extraordinária”, segundo proclamava entusiasmado o velho incórdio esquerdista Yossi Beilin.

“A fim de contas, Míni-Israel recolhe todos os aspectos de Israel e a sua variedde de culturas e tradições. Há temas seculares e religiosos, arte, música, antigüidades, etc.”. “Temos insistido durante décadas que o território carece de importância no mundo moderno”, acrescentou Shulamit Aloni. “Sob este plano de paz, demonstramos que os israelis podem conservar todos os aspectos da sua herdança sem ocupar terras que pertencem sem dúvida a outros”.

Míni-Israel, sinalavam ansiosos os esquerdistas e progres, tinha tudo aquilo que os judeus necesitavam para gozar do seu próprio Estado. A comida e os subministros podiam adquirir-se na tenda de souvenirs. A maqueta continha 30.000 figuras, 50 animais, 15.000 árvores (autênticos bonsais, cultivados e plantados pelos viveiros Agronoy), 4.700 automóveis, 100 motocicletas, 14 comboios, 3 helicópteros, 32 aviões, 175 barcos e 230 camiões.

O parque estava desenhado como uma Estrela de David, com cada um dos seus seis triângulos representando um área ou cidade –Jerusalém, Tel Aviv, Haifa, Galil, Negev, etc.- embora uma vez que a originária Israel se trasladou a Míni-Israel, o desenho foi modificado para não ofender aos residentes não judeus.

O princípio subjazente para acadar a paz com este plano baseou-se na reciprocidade igualitária. Todos os judeus deviam ser expulsos da área para dar passo a Palestina, mentres que aos árabes se lhes devia, reciprocamente, permitir o retorno a Míni-Israel.

Os judeus progressistas dos outros países –J Street, o Centro de Acção Religiosa do movimento Reformista, etc.- uniram-se aos seus irmãos espirituais israelis no apoio entusiasta do plano, urgindo ao Presidente Obama e à Secretária de Estado Clinton a que o adoitassem como política própria estadounidense.

A única oposição ao plano procedia dalguns que acreditavam que não era o suficientemente ambicioso.

“A proposta deixa sem resolver a injustiza fundamental: que Míni-Israel é um regime de apartheid no que se nega aos árabes a igualdade de direitos”, insistia o ultra-esquerdista Uri Avnery. Várias editoriais do Ha’aretz coincidiam nesse ponto. A iniciativa dos Departamentos de Ciência Polític das Universidades Ben Gurion e de Tel Aviv, 637 professores israelis assinaram um documento exigindo que Míni-Israel fosse boicotada, porque algumas das sinaturas não estavam escritas em árabe.

Também figeram um chamamento à União Europeia e os EEUU a intervir no conflito e enviar tropas a Míni-Israel para evitar que os malvados Judeus incrementasem com taxas de admissão os tickets de entrada dos viitantes árabes.

Mas as críticas contra o novo Estado judeu de Míni-Israel começaram a extender-se quase tão cedo como o novo plano foi posto em marcha. Segundo se aproximava a celebração dos seis meses de entrada em vigor do plano “Dois Estados para Dois Povos”, A Universidade de Toronto converteu-se na primeira das 27 universidades de Norteamérica que emprendeu conferências sobre a injustiza e a discriminação em Míni-Israel.

As coisas não figeram senão empiorar. O Governo de Míni-Israel decidiu erigir uma vala de seguridade para proteger-se dos visitantes que tratavam de entrar sem mercar o ticket. “Abaixo com o Muro do Apartheid!”, berravam os membros de Anarquistas contra o Muro e dos Movimento Internacional de Solidariedade. Os partidos de esquerda israelis organizaram manifestações na Praza Rabin –a pequena, a de Míni-Israel, por suposto, não a dos território libertado palestiniano.

Baixo bandeiras com os lemas “Agora temos um sócio de paz” e “Não remataremos até a negociação”, protestavam ante a Míni-Knesset pela repressália de Míni-Israel contra Palestina, pelos projectis e morteiros disparados contra Míni-Israel desde a Latrun libertada.

O ayatolá da Palestina libertada, no entanto, respondeu a uma petição de urgência dos residentes de Míni-Israel para que se lhes permitisse chegar ao Aeroporto Arafat, desde onde poderiam tomos voos que os pugessem a salvo além mar.

“Usade o vosso aeroporto de Míni-Israel”, foi a sua lacônica resposta. “Não se vos ocurra sobrevoar o nosso espaço aéreo”.


STEVEN PLAUT

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