18/09/09

A ONU, SUCESSORA DOS NÁZIS



No meu artigo, “O eixo do mal ONU-OLP”, lembrava que o 7 de Novembro de 1975, a ONU concedeu à OLP o estatuto de observadora na sua Assembleia Geral. Três dias depois, a Assembleia adoptava a Resolução 3376, que estabelecia um Comitê para o Exercício dos Direitos Inalienáveis do Povo Palestiniano. Esse mesmo dia, a Assembleia adoptava a Resolução 3379 que estabelece que “o sionismo é razismo”. A resolução condeiava também o sionismo como uma ameaça para a paz mundial e a seguridade, fazendo um chamamento a todos os países a opôr-se a esta ideologia imperialista e “razista”. Uma profunda e mortífera ironia subjaz a estas resoluções.

Devemos lembrar que a ONU foi criada em 1948 como reacção ao Nazismo, que provocou a II Guerra Mundial e o Holocausto. Sem embargo, em 1975, quando a ONU dou a benvinda à OLP na sua Assembleia Geral e declarou “o sionismo como razismo”, converteu-se na sucessora internacional do Nazismo. Essa resolução foi uma declaração tácita de guerra contra Israel e o Povo Judeu. É à luz desses acontecimentos que devemos interpretar por que a ONU abriu as suas portas à OLP e, portanto, legitimou a uma potente organização terrorista juramentada na destrucção de Israel.

A OLP deveria ser vista como o esperma da ONU. De facto, foi só a partir de que se lhe concedesse estatuto de observadora na Assembleia Geral que se sucederam uma resolução tras outra –e assim até hoje- condeando a Israel e questionando a sua legitimidade. Já que os árabes não foram capazes de derrotar a Israel no campo de batalha, utilizaram à OLP e a sua presença na ONU para difamar e destruir à “entidade sionista”.

A balanza de poderes no Conselho de Diretos Humanos da ONU sustenta-se na OIC (Organização da Conferência Islâmica) –um consórcio de despóticos regimes islamistas e, portanto, uma absurda contradicção. A OIC, sinala Alex Grobman, “sustenta categoricamente que a definição de terrorismo nunca inclua ‘a luta armada para a libertação e a autodeterminação’, de modo que quando os terroristas árabes destripam judeus, judias, e às suas crianças nas sinagogas, cafetarias, pizzarias, autobuses e discotecas, seja aceitável e justificável”.


Quando Oriana Fallaci perguntou a Yasser Arafat se ele queria a paz, este replicou: “Nós não queremos a paz, queremos a vitória. A paz para nós significa a destrucção de Israel e nada mais. O que você chama paz é a paz de Israel…Para nós é vergonha e injustiza. Combateremos até a vitória. Embora leve décadas e gerações, se é preciso”. Isto acha-se em perfeita sintonia com o ethos yihadista que alimenta o Islám –e não esquezamos que o Islám constitui o bloco maioritário de Estados na ONU.

Nenhum bloco semelhante de Estados existe na ONU. Como sinala Bernard Lewis, não existe um bloco de Estados budistas ou cristãos que se reúnam e decidam acções comuns na ONU. Pelo contrário, “uns 55 Governos muçulmãos, que incluim monarquias e repúblicas, conservadores e revolucionários, partidários do capitalismo e discípulos de distintas correntes do socialismo, amigos e inimigos dos EEUU, e exponhentes dum amplo espectro de países supostamente neutrais, têm edificado um elaborado aparelho de coordinação internacional e, nalgumas ocasiões, de cooperação. Celebram regularmente conferências internacionais e, para além das diferências de estrutura, ideologia e políticas, têm logrado um significativo nível de consenso e agir comum.

Dado o poder do bloco islamista na ONU e a rede mundial do islamismo através da predicação da yihad e o ódio contra a civilização occidental desde as mesquitas –ódio face Israel e os EEUU em particular-, não só é absurdo e cómico senão desmoralizador e autodestrutivo para os EEUU e Israel permanecer na ONU.

Em 1975, o Senador Patrick Moynihan, Embaixador dos EEUU na ONU, argumentou que o seu país devia permanecer na oposição dentro de dito organismo. Pelo contrário, o jornalista Charles Krauthammer afirmou que a ONU não servia para nada e que os EEUU devia deixar que esmorecesse. Permanecendo na ONU, EEUU e Israel socavam aquilo que é mais necessário nesta era de nihilismo: a claridade moral.

A claridade moral é especialmente precisa contra o Islám, que Bat Ye’or denominou “cultura do ódio” –e que, por essa razão, debe ser mais bem denominada “cultura do mal”. Que mais se pode dizer sobre Iran, a potença emergente do Meio Leste, que proclama a “morte dos EEUU” e a “morte de Israel”? Que mais pode ser dito de Arábia Saudi, que financia grupos terroristas para que levem a cabo essas maldições? A ONU tem-se convertido numa promotora dessa forma de Mal, e que em modo algum contrapesa a existência dalguma anônima agência sob o seu mandato que combata a pobreza e a enfermidade nalgum lugar de África, quando não têm sido capazes de contribuir a rematar com o conflito intertribal no continente.

Pensemos na UNRRA, A Agência de Ajuda e Reabilitação das Nações Unidas. Esta entidade tem perpetuado o confinamento dos árabes em campos de refugiados que se têm convertido em avispeiros do terrorismo, e que a propaganda palestiniana utiliza para magnificar o ódio face Israel.

Doutra banda, a UNFIL, Força de Interposição no Líbano das Nações Unidas, têm colaborado com Hezbolá. Hezbolá armada com milheiros de mísseis de Iran procedentes via Síria, tem tomado o controlo de facto no Líbano. Em vez de servir à causa da paz, a UNIFIL contribui a promover os ataques de Hezbolá contra Israel e a Segunda Guerra do Líbano que estalou em Julho de 2006. O qual significa que a ONU, no nome da paz, procura continuar a causa genocida do Nazismo: a destrucção de Israel.


Sou incapaz de discernir a diferência entre a ONU e a OLP numa negociação com Israel. Quando Arafat admitiu ante Oriana Fallaci que “a paz significa para nós a destrucção de Israel e nada mais”, estava fazendo explícito o que é implícito na declaração da resolução da ONU “o Sionismo é Razismo”. Que outra coisa significa esta declaração de guerra contra o Sionismo senão a eliminação de Israel? Não resulta óbvio que a eliminação de Israel é a “Solução Final” ao “Problema Judeu”, o objectivo genocida da Alemanha Názi?

Embora a resolução “Sionismo é Razismo” foi rescindida pela ONU, “rescindida” é só uma palabra num trozo de papel. Mas para aqueles que têm olhos para ver, o objectivo genocida dessa resolução permanece como objectivo fundamental da ONU –se não como a sua razão de ser. A ONU nunca tem promovido a paz, nem a seguridade colectiva; não tem promovido ou protegido a liberdade e os direitos humanos; em ressumo, a ONU é o inimigo dos próprios fins para os que foi originariamente fundada. A ONU é um pestilente e nocivo fracasso.

Daí que pense que é intelectualmente deshonesto que uma nação decente permaneça nessa guarida de iniquidade. E acredito que entre todas as nações, Israel deveria tomar a iniciativa de abandoar essa organização, cujas resoluções ánti-semitas têm motivações de tipo názi.

Que poderia perder Israel dando esse passo? Desde logo não a sua legitimidade. A fim de contas, a ONU, justificando os ataques do terrorismo palestiniano contra Israel, e denunciando as represálias de Israel contra esses ataques, tem já negado –de facto- a legitimidade de Israel como Estado soberano. Na realidade, é a ONU quem é ilegítima. As inumeráveis resoluções da ONU condeando a Israel duma banda, mentres nunca condeia os atentados árabes contra Israel pela outra, viola a Declaração Universal dos Direitos Humanos da ONU. Considerem-se os seguintes artigos da devandita Delaração:

Artigo 1: “Todos os seres humanos nascem livres e iguais em dignidade e direitos. Gozam de razão e conciência e devem agir entre sim com um espírito de irmandade”.

Artigo 2: “Todo o mundo fica sujeito aos direitos e liberdades desta Declaração, sem distinção de tipo algum, como a raza, cor, sexo, língua, religião ou opinião política, orige social ou nacional, propriedade, nascimento ou outro estatuto…”.

Artigo 3: “Todo o mundo tem direito à vida, a liberdade e a seguridade pessoal”.

Artigo 30: “Nada desta Declaração será interpretado como implícito a Estado algum, grupo ou pessoa”.

Que poderia ganhar Israel abandoando a ONU e promovendo o estabelecimento uma União de Nações dos Estados democráticos comprometidos com a paz, a prosperidade e a dignidade humana –assim como com a ajuda a que as nações mais desfavorecidas alcanzem esses objectivos? Israel seria fidel à sua missão: promover a claridade moral e, portanto, cnverter-se num faro de luz entre o gênero humano.


PAUL EIDELBERG

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