12/10/09

A GUERRA RESOLVE-O TUDO



Dando o outro dia um passeio por uma vila europeia, tropezei com uma manada de pacifistas perto da catedral local que portavam cartazes de “A guerra não resolve nada” e “O terrorismo não remata através da guerra”.

Embora, como era previsível, os meus intentos de disuadi-los foram fúteis, a discusão em sim própria foi curiosa. Em certo modo estavam no certo: as guerras nunca têm evitado novas guerras e não podem evitar que exista o terrorismo. Mas, como sinalou Keynes, “a longo prazo, todos mortos”. Fixar-se metas muito remotas no tempo anula qualquer solução, porque as medidas actuais terão muito escaso impacto nos sucessos vindeiros. A guerra contra os Talibães não afectará em nada aos terroristas alemães, por ponher um caso, que accionem dentro dum século. Nada o fazerá.

A longo prazo, não existem soluções: qualquer guerra fracassa na consecução duma paz eterna –mas outro tanto podemos dizer de todos os tratados de paz asinados até o dia de hoje.

França e Alemanha entablaram uma guerra poucos anos depois de terem asinado um tratado de paz, e volveram asinar um tratado de paz tras combater. As guerras não resolvem nada?, digamos que não: mas a paz também não resolve nada; a longo prazo, nada resolve nada.

Mas tomando prazos razoavelmente curtos, as guerras são indiscutivelmente efectivas: os alemães foram detidos mediante a guerra –e outro tanto podemos dizer dos árabes em múltiples ocasiões. A guerra israeli contra o terrorismo palestiniano deteve as duas Intifadas. A paz, doutra banda, não câmbia nada, e apenas formaliza os factos estabelecidos pela guerra. Depois de que os alemães fossem absolutamente derrotados, a paz chegou sem necessidade de asinar tratado de paz algum. Depois de que Israel derrotasse a Síria, chegou a paz sem necessidade de tratado de paz algum.

A guerra câmbia os cenários, e “paz” apenas é o nome do câmbio resultante.


OBADIAH SHOHER

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