12/10/09

O PONTO CRÍTICO DO PROCESSO DE PAZ



Benção àquele que te retribuir o pago que tu nos pagaste a nós. Benção àquele que te arrebatar os filhos e bater com eles no rochedo” (Salmo 137).


Em que medida é provável alcanzar a paz com os palestinianos a curto prazo? A paz é impossível. Nenhum Governo palestiniano à vista será o suficientemente forte como para manter a raia às cisões de grupos insurgentes, especialmente agora que estamos contemplando um significativo incremento da actividade terrorista de base. Hamas tem-se decatado de que é incapaz de evitar que terroristas isolados sigam disparando morteiros contra Israel, e forzar a “paz” no mais extenso e aínda mais aberto West Bank semelha aínda mais improvável.

O terrorismo não se deterá por sim próprio. Inclusso se os palestinianos de súpeto se convertessem em gente próspera, muitos de eles seguiriam embarcados na empresa terrorista. Em todas as economias primitivas, a afluência repentina de riquezas incrementa a disparidade econômica, e no estádio actual do desenvolvimento económico palestiniano não seria senão um motivo mais de desputas –e Israel é a via de escape mais idônea para o descontento árabe.

A que se debe que Egipto puidesse forzar no seu dia uma paz e Palestina não possa? Egipto só está “pacificado” até um certo ponto: os seus Islamistas apoiam sem reservas aos insurgentes de Gaza. Ao igual que em todos os anteriores períodos de entre guerras, os egípcios lutam contra Israel através dos combatentes palestinianos envez de fazê-lo directamente. Nesse sentido, o tratado de paz com Egipto não trocou nada. Aínda mais, Egipto é uma sociedade desenvolvida cujos habitantes têm estado submetidos ao poder central durante centos de gerações. Contrariamente a eles, os palestinianos carecem duma cultura da submissão e da obediência à lei. Nesse aspecto, lembram aos anárquicos afganos.


Replantejemos, portanto, a questão: em que medida é provável alcanzar um tratado de paz com os palestinianos a curto prazo? Tal tratado dependeria dum acordo com Síria. Sem paz com Síria, Assad continuaria apoiando aos terroristas palestinianos, impedindo que as coisas se calmassem. Mas Assad, com bastante sensatez, insiste na estratégia “Palestina primeiro”. Sabe que não pode artelhar uma paz minimamente duradeira com Israel mentres o tema palestiniano esteja fervendo, porque Síria tem muitos refugiados palestinianos –dos que se está desejando desfazer. Sem uma paz Palestina-Israel, esses refugiados poderiam rematar sendo um problema enorme para Assad se quigesse asinar por separado um tratado de paz com Israel. Um tratado de paz simultâneo com Síria e os palestinianos seria um trago demassiado amargo para Israel: inclusso os esquerdistas entrariam em shock se tivessem que entregar os Altos do Golan, Judea e Jerusalém simultaneamente.


Logo está a iniciativa de paz dos saudis, que em teoria poderia fazer que as concessões israelis merecessem a pena. Mas a paz com todos os árabes é insignificante se Iran não asina também a paz –algo ao que os ayatolás são claramente pouco propensos. Se Israel bombardeasse os seus reactores nucleares, Iran rechazaria a paz; mas, doutra banda, se Israel permitir que Iran possuísse bombas atômicas, os ayatolás não teriam razão alguma para asinar a paz com os Sionistas.

Todas estas conjecturas são discutíveis, dado que Israel se acha ao borde da maior das capitulações. Os tratados de paz podem ser preparados e impulsados através da Knesset em coisa de meses. O Governo de Netanyahu terá que fazer as coisas mais desagradáveis: não por acaso as retiradas do Sinai, Hebron e Gaza foram perpetradas por Governos de direita. Os esquerdistas nunca ganharão uma maioria suficiente na Knesset para esse tipo de componendas, dado que a direita e os partidos religiosos oponheriam-se a eles como questão de princípios. Ao igual que os EEUU pressionaram a Netanyahu para que se retirasse de Hebron, podem fazer agora para forzar outras concessões. Como em Hebron, o establishment esquerdista israeli pode fazilmente forzar os acontecimentos inventando-se algumas atrozidades das IDF ou dos colonos, que “obrigariam” a Netanyahu a fazer concessões a fim de limpar a image de Israel ante a judeófoba opinião pública mundial.

Mas as perspectivas para uma capitulação israeli semelham inusualmente vagas. Havia uma grande necessidade de asinar alguma espécie de tratado de paz com Egipto: as guerras provocaram uma grave fendidura na economia, na vida e na moral israelis. Quando informou das suas negociações com Sadat a Carter, Begin era um anciano a ponto de jubilar-se na perspectiva de não presenciar mais guerras. Isso não justifica que entregasse a Terra de Israel, mas seria, se se quer, uma razão de certo peso. As retiradas do Líbano e Gaza, errôneas como foram, resolveram o urgente problema das baixas massivas entre o pessoal das IDF, que se converteram em patos de feira nos que fazer tiro ao branco as guerrilhas terroristas. No caso de Jerusalém e Judea, porém, não se dá nenhuma urgência semelhante.

Conforme passa o tempo e o domínio árabe da Galilea e o Negev afianza-se, os dirigentes palestinianos deixarão de vê-las como territórios israelis. No 2008, Abbas rechazou a oferta de Olmert, que abarcava inclusso o Monte do Templo. Conceder o mais mínimo território ao Judeu é contemplado pela causa palestiniana como a mais alta traição. As cada vez maiores concessões de Israel faz que as coisas aínda vaiam pior: os palestinianos digirem as anteriores concessões e seguem pedindo outras novas. A pouco tardar, não admitirão que haja judeus em Tel Aviv.


Os israelis acham-se com a espalda contra a parede: palestinianos e sírios têm ido demassiado longe com as suas demandas. Todo o mundo, agás alguns progres passados de rosca, detestam a ideia de abandoar os Altos do Golan, o Lago Kineret, a Cidade Velha de Jerusalém e o Monte do Templo. Os israelis estám visivelmente molestos –o resultado lógico da pressão desmedida dum inimigo muitíssimo mais débil. A guerra de Gaza foi reveladora: as tropas israelis combateram com autêntico enfado, gozando de carta branca dos mandos das IDF. Hamas tem muitos pontos positivos, mas tal e como o vem os israelis, por grandes que sejam as suas concessões não suporão a fim do terrorismo. E a crise económica encarregará-se de exacerbar o ódio.

O processo de paz tem-se prolongado demassiado no tempo e ficará convertido em ruínas com suma fazilidade. As expectativas sírias e palestinianas são tão extralimitadas que não aceitarão tratado algum que não inclua o Monte do Templo e o Lago Kineret. Os judeus, em conseqüência, não tem necessidade de estar permanentemente opondo-se aos movimentos face a “paz”. Não temos necessidade de argumentar e discutir com os esquerdistas e os mass media respeito a se convém ou não entregar Judea e Samária aos árabes. Imaginade por um momento que aceitassemos tamanhe atrozidade. O bastante como para concentrar os nossos esforzos contrários ao processo de paz na Cidade Velha de Jerusalém e o Lago Kineret. A imensa maioria dos israelis estám dacordo connosco nesses dois pontos.

Se logramos construir um consenso nacional contra a retirada da cume da nossa conciência nacional, os palestinianos rechazarão qualquer acordo.

Contudo, o preferível será que se revoltem bravamente e nos brindem assim uma razão politicamente aceitável para expulsá-los deste país.


OBADIAH SHOHER

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