03/10/09

O CHIVO EXPIATÓRIO DO FASCISMO HONDURENHO


A tensa situação política das Honduras tem propriciado a aparição de expressões de ánti-semitismo e odiosas teorias conspirativas ánti-israelis. Segundo a ADL (Anti-Defamation League), alguns dirigentes políticos, comentaristas e outros estám dizendo em Venezuela e Honduras que Israel e os judeus têm jogado o seu papel na destituição e intimidação do Presidente Manuel Zelaya, e que estám confabulados com o Presidente de facto, Roberto Micheletti.

A ADL tem accedido a algumas passagens traduzidas de entrevistas e comentários realizados por algumas figuras políticas e comentaristas jornalísticos hondurenhos e venezolanos, que coincidem em culpar aos judeus e Israel da crise política. O 25 de Setembro, um comentarista da Radio Globo de Honduras, sinalou que os judeus e os israelis são “pessoas que danam este país”, acrescentando, “pelo que tenho aprendido, pergunto-me por que não se deixou que Hitler levasse a cabo a sua missão histórica?”.

“Desde o Presidente Zelaya até os comentaristas mediáticos e os activistas políticos, tem-se desatado um perturbador transfundo de ánti-semitismo na situação das Honduras”, afirma Abraham H. Foxman, Director Nacional da ADL. “Sabemos pela História que em tempos de agitação e distúrbios, os judeus são o chivo expiatório por antonomásia, como se está comprovando nas Honduras, um país que tem uma minúscula minoria judia”.

A ADL tem compilado várias declarações de personagens públicas hondurenhas, analistas e outros, desde o 7 de Julho de 2009, assim como manifestações do Presidente de Venezuela, Hugo Chávez, e sicários do Governo venezolano da TV e a rádio. As devanditas declarações incluim:

a) Alegações falsas do Presidente Zelaya de que “mercenários israelis” estám intentando assassiná-lo.

b) Falsas afirmações do Presidente Chávez, de Venezuela, e outros partidários de Zelaya de que Israel foi o único país em reconhecer o Governo de facto de Micheletti.

c) Declarações de David Romero, Director Executivo de Radio Globo, dizendo que “oficiais do exército judeu” estám trabalhando em conspiração com as Forzas Armadas em Honduras. As suas palavras foram contestadas por Adolfo Facusse, Presidente da Associação Nacional de Empressários em Tegucigalpa, que afirmou que “os judeus são nossos curmãos e não toleraremos esse tipo de linguagem”.

“Mentres agardamos por uma rápida e pacífica ressolução da crise desse país, é imperativo que todas as partes implicadas nas negociações –incluíndo os mediadores estrangeiros- deixem o ántisemitismo fóra do discurso público”, dixo o Sr. Foxman. “Estamos alentados de observar que alguns dirigentes públicos hondurenhos plantam cara à retórica ánti-semita, e agardamos que outros tenham a coragem moral de fazer o mesmo”.

Neste país de 8 milhões de habitantes, apenas um centenar de famílias são judias.

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