10/11/09

LEMBRADE A RABIN



Durante a 1ª Guerra Mundial, os monarcas de Rússia, Alemanha e a Grande Bretanha intercambiavam amavelmente correspondência, dirigindo-se entre sim como ‘caro curmão’. Actitudes semelhantes persistem entre as burocracias governamentais.

Na sua Conferência de Bethlehem/2009, Fatah proclamou o objectivo de continuar a luta armada contra o Estado judeu até que toda “Palestina” seja libertada, incluíndo Haifa e Tel Aviv. Dois milheiros de dirigentes de Fatah –muitos de eles afamados terroristas- reuniram-se a uns quantos kilómetros das oficinas governamentais israelis de Jerusalém. Apenas um membro da Knesset solicitou que fossem todos arrestados –ao que a nossa Corte Suprema se negou, claro. De termos lanzando um feixe de bombas sobre o recinto da Conferência teríamos rematado com o terrorismo de Fatah de uma vez por todas. Nem sequer uma organização 50.000 vezes mais poderosa seria capaz de recuperar-se da perda de 2.000 dirigentes. A inacção não é atribuível neste caso a uns extremistas de esquerda, senão a um Governo de direita cujo Primeiro Ministro e o seu Ministro de Defesa foram famosos comandos.

A inacção de Netanyahu segue a senda doutro Governo de direita que, há mais de 25 anos, permitiu que Fatah fogisse de Beirut caminho de Tunísia, sem nem sequer atrever-se a mandar a pique os seus barcos. Inclusso outro Governo de “falcões”, o encabezado por Rabin, rescatou a Fatah do seu exílio permanente nas cloacas de Tunísia para instalá-la em Gaza, onde Arafat presidiria as mais sanguentas operações terroristas contra Israel. No entanto, um homem do Shabak gestionava as mastodônticas contas bancárias de Arafat em Israel. Desde os tempos de Olmert, quando os tribunais israelis comezaram a exigir que o dinheiro incautado a Fatah fosse destinado a compensar às vítimas do terrorismo palestiniano, o Governo tem-se negado a pôr as mãos nas transferências de impostos dirigidas a manter à Autoridade Palestiniana. Os contribuíntes israelis siguem subsidiando à mesma entidade palestiniana que proclama que a destrucção desses israelis é o seu objectivo final.


Os dirigentes israelis colaboram não só com Fatah. A venda de armas a Iran em 1981, e o assunto Iran-contra, embora abominável, pelo menos não perjudicaram a Israel. Mas Israel tinha muitos acordos com Hezbolá: tratar mutuamente aos seus espias com certa “tolerância”, não atacar aos objectivos escolhidos por cada um, e evitar a escalada bélica permitindo o terrorismo de Hezbolá e a subseqüente represália israeli dentro duns limites suficientes como para manter satisfeitos aos seus eleitorados.

Acordos semelhantes existem com Hamas. Não há forma de recuperar a Shalit sem necessidade de pagar um rescate desorbitado? Quando Hezbolá seqüestrara a quatro membros da embaixada soviética em Beirut e as negocições fracassaram, a inteligência militar russa seqüestrara a uns familiares dos seqüestradores, rebanando a garganta de um deles, introduzindo-lhe o pene na boca, e enviando-lhes o seu corpo. Os reféns foram libertados de imediato. A utilização deste tipo de métodos teria assegurado a posta em liberdade de Shalit há anos. Ou tomemos os ataques com ‘foguetes’: a represália directa contra os centros de povoação de Gaza teriam rematado com os ataques melhor que destruir os intermináveis túneis. E que o exército passe da image de Israel –as operações que acometem de modo rutinário não são menos atrozes.

Os israelis não querem vias de entendimento com Hamas.

Em tempo de guerra os traidores devem ser executados.


OBADIAH SHOHER

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