08/11/09

QUE IMPORTA O QUE DIGAM?



Alguns atéus, horrorizados pela nossa religiosidade, perguntam onde está a diferência entre os genuínos observantes judeus e muçulmãos, sobretudo tendo em conta que ambos adeririam a um código legal semelhante e que estariam dispostos a praticar formas mortíferas de violência. Mas, já postos, qual é a diferência entre Hutus e Tutsis, lúcios e góbios, prosoviéticos e názis? Para os que tratam de discernir as diferências desde fóra, são praticamente o mesmo. É a sua própria mesmidade o que converte os seus conflitos em irresolúveis, na medida em que fins e meios convergem.

Somos melhores que os muçulmãos? São as maçás melhores que as laranjas? Os de fóra pode que nos vejam como religiosa e moralmente equivalentes, mas isso a nós deve resultar-nos irrelevante. Não há forma de que os judeus poidam demonstrar serem mais meritórios que os palestinianos; nós temos os nossos argumentos (e eles também). Nós somos imigrantes recentes (e muitos deles também têm chegado aquí recentemente). Os de fóra julgam-nos estritamente em base à simpatia, mas que a teor de argumentos racionais. O ánti-semitismo está profundamente enraizado entre os europeus, mentres que a sua relação com os muçulmãos é mais bem limitada e não sintem por eles um ódio semelhante. Pouco importa que a maioria dos occidentais apoiem aos palestinianos e que lhes importe um bledo o que se passe com os judeus.

Nós somos merecedores desta terra e estamos chamados a lutar contra os que pensem de modo oposto ao nosso. Portanto, para que nos preocupar de ninguém mais?

OBADIAH SHOHER

Sem comentários:

Enviar um comentário