17/03/10

CARTA A RAHM EMANUEL E DAVID AXELROD


Queridos Rahm e David,


Escrevo estas linhas mentres sentado contemplo, através de internet, a cirimônia que celebra a reapertura da Sinagoga de Hurva em Jerusalém, na zona que vos denominaríades “Jerusalém Leste”, “território em desputa” ou, talvez, “território ocupado” sobre a “linha verde” e adjazente ao “Monte do Templo”.

Antes de fazer-vos algumas perguntas, gostaria-me falar-vos de vários homens que foram claves na celebração que vivemos esta noite.

Primeiro, de Reuvan “Ruby” Rivlin, actual portavoz da Knesset. Jerusalemita de sétima geração, Ruby é um Rivlin tanto por parte de mãe como de pai, descendentes ambos do Rabino Yisrael Ba’al Shem Tov e do Gaon, Rabino Eliyahu de Vilna.

Rivlin, um veterano político, teve grandes dificuldades para modular  a sua voz mentres falava, o seu discurso entrecurtado pela emoção, repetindo as palavras do seu tataravó, pronunciadas na reapertura da destruída Sinagoga de Hurva 150 anos atrás.

Também falou brevemente o antigo Prisoneiro de Sion, antigo minstro e actual portavoz da Agência Judia, Nathan Sharansky, quem descreveu como, em 1992, ele convenceu à totalidade do Governo israeli para aprovar por unanimidade a reconstrucção da Sinagoga de Hurva, destruída pelos jordanos tras a sua ocupação de Jerusalém em 1948.

Mas o homem que mais me impressionou foi David Rubenstein, um israeli de orige russa, que contribuiu decisivamente à renovação de Hurva. Rubenstein falou brevemente, e anunciou que ele e os seus sócios, responsáveis de financiar a reconstrucção de Hurva, participariam na reconstrução da crcana Sinagoga de Tiferet Yisrael, destruída també pelos árabes durante a Guerra de Independência. Estes homens, que cresceram privados de todo referente judeu, e que hoje em dia a duras penas falam umas palavras em hebreu, estám investindo a fortuna amassada ao longo de toda a sua vida em reconstruir sinagogas em Jerusalém.

E vós, Rahm e David, em que estades vós investindo as vossas vidas?

Rahm, comenta-se que tu es a pedra angular da política do teu Chefe face Israel e o Meio Leste. Desde que a vossa Administração accedeu ao poder, diz-se que estades tratando por todos os meios de impôr a “solução dos dois Estados” a Israel. Afirmas que “Israel enfronta-se ao momento da verdade: pode ceder às exigências internacionais e, a câmbio ver resolvidas as uas principais ameaças existenciais, ou bem manter o status quo e que essas ameaças persistam”. Noutras palavras, o futuro de Israel, como Estado e, em grande parte, a continuidade existencial do povo judeu, depende de que Israel obedeça os ditados da política dos EEUU, e admita as exigências dos EEUU e do terrorismo árabe.

E tu, David, poucos dias atrás colocaste a Israel sobre os teus jeonlhos e deste-lhe publicamente uns azoutes dizendo: “O sucedido foi uma grave afrenta…Foi um insulto…Esta não é a maneira adequada de comportar-se”. Isto, por suposto, em referência ao anúncio de que Israel seguirá construíndo em Jerusalém.

É  esta a conduta agardável de dois bons judeus que, segundo afirmam, amam Israel?

Rahm, em verdade que é dificil entender o teu proceder. Pertences a uma sinagoga ortodoxa de Chicago. Creciste num fogar judeu, estreitamente vinculado a Israel. O teu pai nasceu em Jerusalém e o teu tio, cujo nome levas, foi assassinado pelos árabes em Jerusalém. Mas defendes a proibição de que os judeus construam em Jerusalém!

E David, tu també não es alheio ao judaísmo. Nascido no Lower East Side de New York, sempre soubeste que eras judeu. Porém, amosas-te disposto a levar ao teu próprio povo a uma situação que compromete gravemente a sua continuidade existencial como Estado judeu.

Como é possível que doi homens cujas vidas estám vinculadas estreitamente ao judaísmo não sejam capazes de entender o que é evidente para outros, que cresceram na Rússia soviética, ignorando-o quase tudo das suas raízes judias? Inclusso os vossos nomes reflexam as vssas raízes judias: David –referindo-se ao Rei David-, o Rei eterno de Israel; e Rahm –que significa “elevado”, apontando ao Criador, e derivado da palavra Rachamim, que significa “missericórdia”. De quem tens tu missericórdia, Sr. Emanuel? Quizás, se fóssedes coerentes, ambos deveríades repudiar os vossos nomes, cambiando-os, como figeram os judeus helenistas durante a época da ocupação grega de Israel. Com podedes levar esses “nomes judeus” e, simultaneamente, asistir impávidos a como é empujadoo vosso Povo ao precipício?

Tenho outra pergunta para vós. A passada noite dou começo o mes de Nissan, o mes de Geula, da redemção de Egipto. Dentro exactamente de duas semanas começaremos a festividade de Pesaj, que se inícia com o Seder, a primeira comida de Pesaj, na que recitamos a história do éxodo judeu de Egipto.

Comenta-se que o ano passado, ambos fórades convidados ao Seder de Pesaj pelo Presidente, mas que vos desculpástedes, preferindo comer o matzá com as vossas famílias, no fogar. Muito comovedor. Mas, por que?

O que realmente me gostaria saber não é como dades começo ao vosso Seder familiar, senão mais bem como o rematades. Normalmente, os judeus rematam a cirimônia nocturna declarando: “O próximo ano em Jerusalém!”  ou “O próximo ano na reconstruída Jerusalém!”.

Rahm Emanuel e David Axelrod:

RECITADES ESTAS PALAVRAS NA VOSSA MESA FAMILIAR?

SE O FAZEDES, SODES CONSCENTES DO QUE SIGNIFICAM, OU APENAS REPETIDES ESSAS PALAVRAS POR CONVENCIONALISMO?

ATREVERÍADES-VOS A RECITAR ESSAS PALAVRAS EM PÚBLICO, ESSAS PALAVRAS PRONUNCIADAS PELOS JUDEUS DURANTE SÉCULOS, MENTRES ERAM TORTURADOS, QUEIMADOS NAS FOGUEIRAS, OU ENVIADOS A SIBÉRIA PARA UMA MORTE CERTA, PELA SUA INSISTÊNCIA EM REPETIR ESSA VERDADE FUNDAMENTAL DO POVO JUDEU?

QUE FÓRMULA UTILIZADES EXACTAMENTE?

O ANO QUE VEM EM JERUSALÉM!

OU

O ANO QUE VEM NA OCUPADA/DESPUTADA/CONQUISTADA/ÁRABE JERUSALÉM?

Não será o momento de que abandoedes a Casa Branca e regressedes ao vosso autêntico fogar, em Israel, em Jerusalém, onde pelo menos poderedes chegar fronte o Kotel e recitar –como têm feito eternamente os judeus- “O próximo ano em Jerusalém!”?

DAVID WILDER

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