18/12/09

VALORES JUDEU-CRISTÃOS?




Estimados senhores de Arutz 7 (Israel National News):

Recentemente escutava uma das suas emisões. Esta incluia uma magnífica entrevista na qual o seu convidado compartia grande quantidade de informação num breve período de tempo.

Na segunda parte do programa houvo outra interessante entrevista. Sem embargo, algo extranho chamou a minha atenção. Utilizáchedes a expressão “valores judeu-cristãos”, apesar de que esses valores são inexistentes. Os valores judeus baseam-se na Torá (que inclui a Torá oral) e a Jalajá (Lei Judia), coisas das que os cristãos carecem. Certo que judeus e cristãos compartem alguma semelhança, mas poderíamos dizer outro tanto –se não mais- respeito os muçulmãos. Daquela, porque não falar de valores judeu-islâmicos?

Não, o conceito ao que vos referíades é ilusório, e tem-se desenvolvido ao longo do tempo durante o nosso exílio no Occidente devido à nossa vulnerabilidade e o nosso afã desesperado por sobreviver tanto física como espiritualmente na Galuth (Diáspora) unido à velenhosa influência dos cristãos que nos arrodeavam.

Portanto, por que utilizades tamanhe oxímoron?

Tenho várias possíveis respostas:

1. Que acreditades sinceramente na consistência desse conceito.

2. Que tendes uma memória muito escasa, e tendes esquecido o ántisemitismo de base cristã que incitou aos judeus a procurar fóra o nosso fogar e cultura OU que os violou nas profundas trincheiras da assimilação e a gimoteante dependência dos gentis.

3. Que inclusso, a pesar de que sodes “religiosos”, e trabalhades esforzando-vos por observar a Torá, tendes caído, porém, na trampa da versão contemporânea do Helenismo: a crença de que algumas ou todas as sensibilidades occidentais são inerentemente compatíveis com a Torá. (Neste caso recomendaría-vos que o reflexionássedes aproveitando que estamos nos dias de Janucá).

4. Que tendes recebido instrucções de “arriba” para usar esta expressão nos vossos programas com a finalidade de atrair os dólares cristãos à vossa empressa.


Considerando a primeira parte do vosso programa, que incluia instrucções à audiência sobre como “apoiar” financieiramente à emisora, inclino-me pela quarta das opções (embora não descartaria tão depressa a terceira).

Em linha com as mencionadas instrucções, quando se estabelece contacto com os contribuíntes potenciais, parte da sua informação pessoal é, sem dúvida, revelada. Formades-vos assim uma ideia geral de quem são os vossos ouvintes, donde chamam, e que divinidades adoram, fornecendo-vos da suficiente informação como para halagá-los adequadamente.

De certo, sabedes a maneira de calcular a parte dos vossos ingressos que procedem do entorno cristão.

Suspeito que os vossos chefes têm concluído racionalmente que é melhor obter dinheiro dos vossos seguidores de religiões alheias para manter o negócio antes que apoiar-se nos sionistas religiosos e os residentes de Judea e Samaria.

Agora que os judeus somos por fim quem de retomar o nosso Fogar Nacional, não deveríamos ter escusas para curtar a nossa dependência dos gentis e cambiar de estrategia.

As portas de Eretz Israel têm-se aberto para os judeus; mas contemplando as miragres de que temos sido capazes, e que as profecias se têm ido cumprindo, os cristãos também chamam à porta, suplicando, enganando e procurando a forma de acceder.

Desenvolvem as suas próprias estratégias para obter residência e, inclusso, cidadania. Alguns mandam aos seus filhos como “voluntários” às IDF. Outros erguem fundações de “caridade” com o propósito de “ajudar-nos”. Alguns fazem-no, inclusso, com a benção de certos rabinos. “Ajudar-nos” a que? (gostaria-me saber). E por que necessitamos da sua “ajuda”? (gostaria-me saber também).


Como suplanta essa estrategia a nossa herdança, como vai invadindo a nossa Terra Santa, manchando-a, propagando a adoração das suas falsas deidades, e arrebatando a alma dos nossos filhos e dos seus valores judeus?

Os autodenominados cristão-sionistas, ou os cristãos “Amigos de Israel” são, como mínimo, missioneiros passivos, e, no pior, mintireiros mais curtidos que os autênticos missioneiros.

Como tem pensado informar Arutz 7 dos astutos –embora não secretos- planos do Likud e da própria Agência Judia para trair cristãos a assentar-se em Israel?

Até que ponto não influi a aceitação da vossa empressa da ajuda cristã na vossa linha informativa?

E duas perguntas mais, por favor:

1. Até que ponto está ao tanto o Rabino Zalman Melamed da utilização nos vossos programas do termo “valores judeu-cristãos”?

2. Até que ponto está ao tanto o Rabino Zalman Melamed da vossa aceitação de financiação cristã?

Eles acreditam que fazem todo isso pelo nosso “bem”, que os judeus “não somos conscentes”.

Mas, que tem de máu aceitar o seu dinheiro?

Singelo. Estades deixando que nos ponham o pé na porta e franqueando o passo a Essau (os cristãos, os EEUU, a União Europeia, a ONU, todos aqueles que ódiam genuinamente a Jacob). Estes embusteiros mintem de modo diferente a  Ismael. Mas também mintem. E sodes uns assimilados ingênuos se acreditades que Esau é o nosso amigo. Só quere que lhe devolvamos o direito de primogenitura.

Mas a Torá proibe que lhe cedamos um só metro na nossa Terra.

Esau é o porco, presumindo das suas pezunhas; é o porco movendo a mandíbula arriba e abaixo mentres diz: “Olhade-me!, sou kosher!”.

Desde o século XV em Espanha, como mínimo, temos intentado aplacar, quando não nos assimilar, com os cristãos num grau ou noutro, para que vissem que não constituíamos uma ameaza, que éramos “como eles”, pensando que essa era a nossa única estrategia de supervivência na Diáspora. O nosso alinhamento com eles contra Ismael é a versão moderna daquilo.

Estrategia que nunca tem funcionado.

“Demência é repetir o mesmo uma e outra vez, agardando diferentes resultados” –Albert Einstein.

Ojalá os vossos empressários se recuperem quanto antes desta loucura.

Não existem valores judeu-cristãos.


YAACOV BEN YEHUDA

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