11/12/09

A BOA VONTADE ISRAELI INCITA AOS ÁRABES



Israel evita repetir erros históricos e reprime-se da conscripção obrigatória para os árabes e mira para outro lado ante o facto de que não paguem impostos. O clão Qasim rebelou-se contra o exército invasor egípcio no século XIX depois de que Egipto exigisse aos palestinianos servir nas suas filas e intentara gravar com impostos às suas vilas. Aos árabes palestinianos, então como agora, importa-lhes um râbano quem mande sobre eles. Aínda sem envelenhar pelas falsas expectativas da demovcracia responsável, tratam a todos os dirigentes por igual –igualmente mal. Aos árabes só lhes importa se os seus dirigentes infringem os seus interesses imediatos. Israel tem aprendido a lição e evita arrinconar aos seus árabes contra a parede, mas amiúde faz mal o balanzo entre forza e opressão, entre debilidade e tolerância.

Em vez de dispensar arrogantemente favores e lembrar aos árabes que a obrigatoriedade impositiva poderia deteriorar aínda mais a sua existência, Israel esmola a sua lealdade, remunera pontualmente aos seus árabes, e estimula-os numa acção afirmativa. Este tipo de trato indulgente por parte do poderoso insufla brios ao débil. Os árabes palestinianos estariam a raia sob uma potença ocupante forte que não se exceder oprimindo-os, mas optam pela Intifada contra a débil Israel, que se debate em diatribas morais em vez de arrasar as suas aldeias.

Para além do que os judeus pensem sobre o nosso direito à Terra, os árabes sempre nos verão como invasores, e para que a ocupação trunfe tem que ser a base de mão dura. Justa, mas dura. A população tem que metabolizar que o ocupante está aí para permanecer. A imposição fiscal debe ser razoável, mas não inexistente. A má conduta debe ser severamente castigada, e a lealdade ostensivelmente recompensada. A ocupação que os que a padecem não percibem é a pior de todas, porque dá pê a um sentimento de anarquia. Quando os locais não temem ao ocupante, estám prestos para emprender a guerra de guerrilhas contra ele.




Israel nunca tem controlado os territórios, mas apenas incordiado aos seus árabes com protocolos policiais e de seguridade. Uma entidade autônoma à que só pinchamos de vez em quando vai crescendo hostil. Os árabe-palestinianos contam com um Governo de seu, mas carecem de qualquer das responsabilidades que implica o autogoverno. Não se vem obrigados a manter a raia aos seus radicais ou guerrilhas, nem a abordar assuntos macroeconómicos ou de seguridade, e em último termo dependem do ocupante para subsistir. Israel, em essência, subsidia aos árabes-palestinianos a fim de manter um fitício controlo sobre Judea e Samaria –embora seja piusoteando a sensibilidade do judaísmo.

Muitos muçulmãos têm massacrado aos árabe-palestinianos, desde o exército egípcio de Mohammed Ali que prendeu lume a Hebron e os seus habitantes beduínos, até o exército jordano que fusilou milheiros de palestinianos em questão de dias. Os otomanos também não foram especialmente amáveis com os palestinianos, nem os britânicos. Durante a revolta árabe, os britânicos executaram uma imensa quantidade de eles, evacuaram muitos lugares (incluíndo boa parte de Jaffa), e empregaram diversos meios de castigo colectivo, utilizando civis como escudos humanos. Depois de que os árabes assassinaram ao comissionado britânico Lewis Andrews, o Mandato arrestou a centenares de dirigentes políticos árabes e disolveu praticamente a totalidade das instituições árabes.

Nada semelhante se passou quando os palestinianos assassinaram ao Ministro israeli Rehavam Zeevi. Setenta anos antes da barreira de seguridade de Sharon, já existia o Muro Tegart que separava Palestina de Síria. O terrorismo árabe foi virtualmente inexistente quando Israel seguiu uma política de mão dura baixo os governos de esquerda até os anos setenta. A via para a coexistência pacífica nunca pode basear-se na bondade, senão em quebrar a vontade dos submetidos.

O ocupante que pretenda regir-se pela moral está abocado ao fracasso.


OBADIAH SHOHER

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