29/12/09

ISRAEL VAI PERDENDO A GUERRA DA PROPAGANDA



Os chamamentos a lanzar uma versão israeli da CNN ou Al Jazeera são inúteis. O primeiro problema é que o Governo israeli não teria o sentido comum do Sheij de Qatar de financiar a cadeia de TV e depois manter-se à marge. Pelo contrário, a cadeia estaria sujeita a todo tipo de influências, incluíndo consignas partidistas, lobbying, e submetida a pressões de orzamento. Contrariamente ao Sheij, todo aquele que é alguém no Governo israeli presume de saber melhor que ninguém como dirigir um mass media.

Doutra banda, CNN e Al Jazeera são claros nos seus plantejamentos: objectividade e panarabismo, respectivamente. Uma cadeia judia que entrasse nessa competência destacaria pela sua indecisão. Oscilaria entre a apologia pro-israeli da esquerda (perdoem, tivemos que levar a cabo essa operação ánti-terrorista, mas prometemos que teremos mais cuidado a próxima vez…) e o discurso centrista. A posição da direita nacionalista estaria excluída. Mas a audiência quer pontos de vista extremos; não têm interesse em escuitar excusas e meias verdades. Os mass media israelis fracassam ao tratar de explicar as nossas acções, em vez de posicionar-se desde um princípio sobre elas como o que cumpria fazer. Fixade-vos que a Al Jazeera não lhe sudam as mãos ao falar dos motivos do terrorismo islâmico –pelo contrário, fazem uma cobertura do terrorismo que estimula a sua aprovação.

Existe outra tremenda diferência, a dos jornalistas, entre a hipotética cadeia israeli e Al Jazeera. Os árabes empregam jornalistas altamente motivados que compartem os mesmos valores que os terroristas e outros nacionalistas muçulmãos. Os jornalistas israelis pertencem habitualmente à ultraesquerda –que é o que faz que as canles de TV israelis semelhem emisoras de propaganda árabe. Qualquer intento de incorporar novos jornalistas a esta nova canle tropezaria com a protesta do lobby da ultraesquerda, e os seus seqüazes rematariam mantendo o posto dentro da nova cadeia. Os mais famosos jornalistas árabes acreditam nos seus valores; e os mais famosos dos judeus também: acreditam nos valores árabes.


Os árabes são valorados como menos hipócritas que os judeus. Al Jazeera, uma cadeia árabe, é inerentemente mais crível que qualquer cadeia judia. Isto poderia corrigir-se incorporando jornalistas cristãos pro-israelis –mas rematariam sendo submetidos ao ostracismo em maior medida aínda que os jornalistas da Fox. Pouca gente estaria disposta a arriscar a sua carreira participando numa controvertida canle judia que fosse permanentemente atacada pela sua inequívoca postura pro-israeli.

Uma canle de notícias é valorada pela sua capazidade de estar nos pontos de conflito. Quantos mais pontos de conflito despfregam os terroristas árabes, mais prfesença tem Al Jazeera –que não tem problema algum em destacar os seus jornalistas ali. Uma canle israeli estaria praticamente excluída em todos os países muçulmãos e nos campos de refrega, e um modelo baseado ao 100% nos freelancers não é válido. A canle israeli derivaria numa paródia de TV de muito limitado interesse para alguns países estrangeiros.

A mentalidade humana tem um curioso mecanismo: à gente gosta-lhe escuitar boas novas sobre os amigos mais próximos, mas novas negativas sobre todos os demais. Isso explica o por que os mass media das pequenas cidades são tão calidamente próximos e bem intencionados, mentres os mass media nacionais tendem a ser hostis e críticos. Al Jazeera insire-se nesta última mentalidade: é mais ánti-algo que pró-algo. In clusso nas raras ocasiões em que Al Jazeera é pro-alguém, esse “alguém” é ánti-alguém outro. Portanto, as informações de Al Jazeera são muito críticas respeito Israel e os EEUU, e apoiam abertamente aos terroristas que combatem àqueles. Israel, um animal politicamente correcto, nunca promoveria uma canle ferozmente ánti-árabe, in clusso quando essa canle se puider converter numa fonte de éxito comercial e político. Uma simples opinião pro-israeli, seria imediatamente tachada de “apologia”.


Admitamo-lo, a maior parte do mundo é ánti-judeu. Não no sentido exterminador do ánti-semitismo, se queredes, mas sim no sentido dum desprezo geral, ou mais subtilmente, como uma ausência de aprezo. Quando a gente desprezável arrebatou aos árabes a sua terra, negando-se a permitir o regresso dos seus refugiados, e emprendendo campanhas contra os seus vizinhos, foi normal que a opinião mundial se volvesse contra Israel. A única alternativa é romper o molde do judeu: quando Israel derrotou aos seus inimigos na fugaz guerra de 1967, não agimos como típicos judeus –e não fumos julgados como tais. Para além de condeias retóricas dos Governos, a opinião mundial esteve abertamente a favor de Israel. Al Jazeera, portanto, semprfe terá uma audiência mais empatizada que uma canle israeli, pela simples razão de que a maior parte do mundo despreza a Israel e os EEUU.

A solução não pode ser lanzar uma nova canle televisiva para lutar vanamente contra a corrente, senão cambiar a image de Israel de modo que os grandes mass media falem de nós com respeito –quando não com admiração. A tal fim, Israel deve deixar de comportar-se da indecisa maneira a que estamos acostumados, e agir firmemente conforme os nossos valores. Considerade por que a guerra do Líbano de 2006 foi julgada muito mais favoravelmente que a operação em Gaza de 2009. A diferência foi que o mundo entende as regras da guerra, e uma vez que Israel está implicada em librar uma guerra, tudo vai sobre rodas. Mas em Gaza, combatimos ao modo duma operação policial, exército contra civis, o qual não dava bem nos ecrãs das TVs estrangeiras. Um país respeitável deve definir muito claramente quais são os seus inimigos e combatê-los sem piedade; falar vagamente duma ponla armada de Hamas e, de modo alternativo, bombardeá-los e permitir o subministro humanitário faz-nos parecer estúpidos.

Dado que a batalha pela opinião estrangeira é dificil de ganhar, a batalha mais importante é a da opinião dos israelis. Eles sofrem a diário o lavado de cerebro dos mass media da ultraesquerda, e uma cadeia judia nacional é uma necessidade urgente. O Governo, porém nunca dará uma tal licença –ou bem procederá a censurá-la de imediato por “incitação”. Para quando as TV sem licença da internet poidam cumprir essa função, o Governo já terá dado com a forma de bloquear a TV por internet também, especialmente na medida em que acceder à banda ancha desde servidores de banda estreita não é factível. Não há, pois, maneira de que os mass media israelis poidam ser partidários dos judeus agás através duma revolução.

O passo dos jornais e a TV aos blogs e a meios tipo YouTube dam a Israel a possibilidade de trunfar na guerra de propaganda das altas tecnologias. Os árabes que não sintonizem as suas antenas de satélite com as cadeias israelis pode que entrem em páginas israelis em búsquedas relevantes. Israel pode entrar na guerra mediática a um custe quase zero liderando a onda da informação em Internet. Hackeando páginas web inimigas, castigando-as nos rankings dos motores de búsqueda, garantindo ao mesmo tempo que os sites israelis ocupem as posições mais altas, incluíndo em YouTube, custaria um milheiro de vezes menos que uma canle televisiva tipo Al Jazeera e brindaria a Israel uma ventagem imensa sobre os seus inimigos no segmento mediático que experimentará o maior crescimento.


OBADIAH SHOHER

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