27/12/09

ODIAMOS GAZA


Muita gente pergunta-me que sinto quando contemplo as fotografias dos civis mortos em Gaza, especialmente as de crianças. Eu não sinto nada.

Uma desculpa válida seria argumentar que essas mortes foram inevitáveis, toda vez que Hamas se embarcara numa oposição aberta ao Estado judeu. Hamas foi a causante de que morreram, e os judeus limitaram-se a agir como autómatas: ante a ameaza, reagimos. Nesse sentido, não havia lugar para a livre eleição de atacar aos gazenhos: Hamas não nos deixou opção. E ante a ausência de livre eleição não se pode falar de culpabilidades.

Mas existe uma dimensão moral mais profunda: os seres humanos têm direito a odiar àqueles que os ódiam. Quando os rapazes palestinianos disfrutam dos shows de Mickey Mouse assassinando judeus, quando os rapazes de Gaza participam nos desfiles de Hamas disfarçados de terroristas suicidas, quando os adolescentes árabes se convertem em autênticos terroristas suicidas –não tenho problema algum em contemplá-los mortos.


Os árabes palestinianos desafiam ao D’us de Israel; através das suas acções reafirmam que as promesas de D’us aos judeus são falsas. Apenas pela sua herejia, já merecem ser executados. Não importa o mais mínimo que aqueles que morram não tivessem matado nenhum judeu –aínda- ou, inclusso, que nunca o tivessem chegado a matar. Pertencem a uma nação inimiga. Como em Sodoma, tiveram a sua oportunidade, a oportunidade de afastar-se do mal. Inclusso dentro da faixa de Gaza, existem multidão de espazos recônditos onde estes proverbiais árabes “bons” poderiam ter-se refugiado do seu regime ánti-israeli. Não o figeram. Aínda mais, têm votado entusiastamente a favor dos terroristas de Hamas ou de Fatah –que para nós são exactamente a mesma coisa.

Os rapazes não arrastam a culpa dos seus pais só nas comunidades de carácter mais próximo. A nível nacional, também o fazem. Velaí o motivo pelo que Amalek foi exterminado a causa dos pecados dos seus ancestros remotos. E não me vaiades dizer que Amalek já é assunto passado: uma e outra vez, as Escrituras falam de que tem que ser exterminado, cada vez que emerja. Amalek vive, e pode ser identificado fazilmente pela sua firme determinação em assassinar judeus. Os rapazes que vivem a expensas dos seus pais, fieis votantes de Hamas, são responsáveis das acções de Hamas.

As mortes havidas em Gaza têm sanção na nossa religião. As nações na Terra de Israel têm três opções: submissão e lealdade inquestionável, exílio, ou morte. Ah!, e a eleição só é admisível antes da batalha: presumivelmente a sua eleição, uma vez iniciado o combate, não seria honesta, mas apenas uma artimanha temporal.


O ódio é o único elemento comum entre a direita e a esquerda israelis, entre os judeus de Yitzhar e os da cosmopolita Tel Aviv. Diferimos em tudo o demais, mas odiamos aos árabes aproximadamente igual. Progressismos aparte, a nenhum judeu esquerdista lhe gosta ser ameaçado pelos árabes em Israel ou nos seus arredores. A bondade é passiva; só o ódio é accionável e serve para unir às massas. Quando cruzou o Jordão, Josué ben Nun agrupou aos hebreus arredor do ódio comum e da inquina contra os nativos –e não arredor do Shabat ou da comida kasher.

Seria fantástico poder falar com as palavras da Torá aos judeus esquerdistas, mas não daria resultado. Quando menos, não com as palavras tradicionais. A Torá reconhece plenamente a natureza humana e por isso planteja objectivos nacionalistas –inclusso de extermínio- aos judeus antres da sua entrada em Canaan. Os hebreus podiam disentir em muitos aspectos, mas todos queriam por igual uma nação sem gente hostil. Não por acaso, a palabra hebrea para denominar ao “vizinho” é um equivalente a “mal”. O ódio comum aos intrusos é o que construi as nações. Assim que eduquemos a todos no que diz a Torá. De facto, antes ou depois rematarão aludindo à Torá para fundamentar o seu nacionalismo e o seu ódio. A ninguém lhe gosta apresentar-se como alguém que ódia, senão que sempre procuramos racionalizar e justificar o nosso ódio adequando-o a algo. Ideologia ou religião.


OBADIAH SHOHER

Sem comentários:

Enviar um comentário