29/12/09

O FALSO AMIGO DE ISRAEL



Cinco anos atrás, os activistas ánti-israelis trataram de arrestar ao daquela Ministro de Defesa Shaul Mofaz por “crimes de guerra”, mentres cursava uma visita a Londres.

Desde aquela, um grande número de representantes israelis têm logrado eludir a duras penas arrestos semelhantes na Grande Bretanha graças à imunidade diplomática, ou têm-se visto na obriga de cancelar as suas viagens devido à alta probabilidade de serem detidos.

Durante todo esse tempo, o Governo não tem dito esta boca é minha. Só agora, que Tzipi Livni teve que cancelar a sua visita a Londres, tras um amago de detenção pela sua participação na Operação Liderádego Sólido, o Governo britânico tem decidido modificar a legislação, provavelmente promovendo a figura do Fiscal Geral como barreira prévia a qualquer arresto desse tipo.

Por que precisamente agora? Uma razão pode vir dada pelo facto de que esta seja a primeira vez em que o Governo israeli tem respondido com fúria não disimulada ao intento britânico. Mas tenha-se também em conta que para os diplomáticos britânicos, Livni é “um dos nossos”. Isto é devido a que, dado que ela é uma das mais fervorosas políticas pacifistas que tenha produzido Israel, considera-se uma afrenta o intento de arrestá-la pela sua implicação numa guerra.

“Livni apoia a solução dos dois Estados. O intento de arrestá-la tem disparado todas as alarmas”, afirmou um escandalizado portavoz da Foreign Office ao “The Guardian”. O lamentável deste enfoque é que revela que à Foreign Office teria-lhe importado bem pouco se o intento de arresto tiver sido contra algum político com pontos de vista mais belicosos.

Esta afirmação amosa que a Foreign Office está disposta a formar um círculo defensivo quando num dos seus companheiros de ideologia está em perigo –e como é absolutamente incapaz de entender o amoral e carente de princípios que esse tipo de actitudes, que compartem com Livni, resultam para solucionar o problema de fundo.


A negativa britânica a aceitar o risco existencial de Israel –insistindo, em vez disso, em que o impasse noi Meio Leste é devido a uma simples desputa fronteiriza perpetuada pelo rechazo israeli ao compromiso- é uma análise errônea que só radicaliza mais a envelenhada atmósfera que dá pê a este tipo de ordes de arresto.

A fim de contas, o Governo de Gordon Brown tem despregado a actitude mais hostil face Israel que até os mais velhos dos britânicos lembram.

Assim, está em primeira linha do boicote contra os produtos israelis procedentes de Samaria e Judea -um castigo este que só aplica à sua democrática “aliada” Israel, mas a nenhum país tirânico. Negou-se a votar contra o informe inspirado por Hamas que emitiu Goldstone na ONU. Denunciou a Operação Liderádego Sólido como desproporcionada, mentres dou por boa a propaganda de Hamas, negando implicitamente o direito de Israel a defender-se dos ataques. E apoiou a descabelada proposta sueca de entregar preventivamente a metade de Jerusalém aos inimigos de Israel.

Aínda mais: o Governo britânico sustenta a falsedade de que Israel segue ocupando Gaza e que os assentamentos são ilegais.

Para além do facto de que lhes goste ou não, os assentamentos são plenamente legais, e não em pequena medida devido ao facto de que o Mandato Britânico em Palestina (1922) –cujas previsões seguem sendo legais- estabeleceu que os judeus possuiriam em exclussiva o território entre o Mediterrâneo e o Jordão.

O inquestionável é que sempre, desde os anos vinte do século passado, quando o terrorismo árabe comezou a azotar a presença judia em Palestina, os britânicos responderam tratando de apaciguar e renegando das obrigas que adquiriram nos tratados que asinaram –proporcionando, deste modo, aos terroristas mais e mais inbcentivos para seguir adiante.

Tão abominável tradição continua hoje com o Governo de Gordon Brown, embora as suas afirmações de que Israel é uma “sócia estratégica e íntima amiga” da Grande Bretanha.

De facto, a sua hostilidade tem contribuído enormemente ao clima de rabiosa histéria, irracionalidade e ódio face Israel que emponzonha o debate público no nosso país e graças ao qual se produzem os referidos intentos de arresto.

Com “íntimos amigos” assim, quem necessita inimigos?


MELANIE PHILLIPS

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