20/04/10

A INDEPENDÊNCIA É UM LONGO CAMINHO


Têm passdo 62 anos desde a maravilhosa miragre que levou ao Povo Judeu dos fornos crematórios à independência nacional. Os mais velhos que viviram aquilo têm-nos deixado já, e os que eram jóvenes daquela hoje são avós, pelo que entendemos que nos achamos sós ante o fascinante começo dum longo caminho face a Redempção total e a verdadeira liberdade.

A independênia significa ser aquilo para o que fomos escolhidos e para o que estamos destinados; livres de tudo o supérfluo, livres da negativa influência sobre os nossos espíritos daquilo que emanava das escuras simas das nações que governaram sobre nós.

Temos avançado muito e construído as bases para alcançar os nossos objectivos. Contamos com um poderoso Exército, instituições, um sistema judicial, uma infraestrutura de governo com a que apenas fóramos quem de sonhar durante miles e anos.

Agora é o momento da autêntica independência, a hora de dotar de conteúdos essa base, uns conteúdos não mediatizados por factores alheios, os conteúdos que nos legaram no Monte Sinai e que foram passando de mão em mão durante gerações.

Duma banda, asistimos a um auge na taxa demográfica judia. O mundo da Torá também é frutífero e está em expansão. Muitos estudantes da Torá agrupam-se nas bancadas das yeshivas descobrindo os tesouros da Torá, elaborando novos comentários para os nossos textos sagrados, numa afluência que jamais conhecéramos na Diáspora. Há quem afirma que não se tem asistido a algo semelhante desde os tempos em que se escreveu o Talmud de Jerusalém.

Doutra banda, porém, o debate público e a discussão em Israel aínda não tem abandoado os vícios do pensamento dependente da Diáspora. Quiçá a expressão adequada seja que o entorno da Diáspora segue presente na mentalidade pública, impedindo que se exprima com a liberdade necessária. Os mass media, por descontado, tratam as questões superficialmente e influenciados pelas cortapisas da Diáspora, tratando permanentemente de ganhar-se o favor da comunidade internacional, e cedendo sempre ante a sua pressão externa. Isto tem alcançado um extremo que semelha quase como se intencionadamente pretendessem ocultar a luz dos nossos logros como para evitar o mal fário, o proverbial mal de olho. Qualquer pessoa que siga regularmente os nossos mass media corre o risco de acreditar que nos encaminhamos inevitavelmente à ruina, física e espiritual.

Também não cabe dúvida de que a debilidade dos nossos dirigentes, quando se enfrontam às pressões dos demais países sobre os nossos direitos e princípios mais elementares, são resultado da imadurez nacional. O qual, ao menos, deixa lugar para o optimismo de que com o tempo sejamos capazes de modificar esse tipo de resposta derrotista. Os dirigentes das nações das que em certa medida aínda dependemos fazem-nos dificil a existência no que respeita a aspectos sobre os quais não existe possibilidade de componendas.

Essa pressão leva-nos a revisar permanentemente aspectos básicos que se acham no fundamento do nosso ser. Judeus que se têm acostumado a uma vida confortável durante um par de gerações, sem se ter questionado jamais os fundamentos da nossa continuidade e da nossa fê, vem-se forçados a dizer aos gentis: “Não! Já é suficiente!”. A situação actual tem exacerbado a nossa singularidade diafanamente, o nosso objectivo de sermos “luz entre as nações” é agora mais visível.

Temos sido testemunhas durante 62 anos duma contínua e crescente miragre. Podemos estar orgulhosos de ter tomado parte em ela. Muitos dos que são conscentes dessa miragre reconhecem a sua grandeza, e rezam para que o resto do Povo Judeu se una a nós quanto antes desde os seus lugares de exílio.

Devemos lembrar sempre que nós, que regressámos a Israel, somos menos da metade do Povo Judeu. A continuidade da nossa independência deve implicar “o regresso dos filhos à sua Terra” e o fortalecimento da vida da Torá que conquiste os corações das nossas gentes –mentres nos aproximamos à Redempção, a vinda do Messias e a construcção do Templo Sagrado ao que dirigimos as nossas pregárias e sonhos.


YAAKOV KATZ *


[Yaacov Katz é portavoz de União Nacional na Knesset]

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