22/04/10

OS JUDEUS SÃO OCUPANTES. E QUE?

Os judeus, equivocadamente, negam-se a reconhecer que são ocupantes de Palestina. A ocupação não tem por que ser injusta; freqüentemente basea-se em direitos e necessidades. A muitos judeus gostaria-lhes que o seu Estado estiver na França, mas assentaram-se em Palestina porque os árabes são mais fázeis de esmagar que os franceses. O actual consenso israeli em abandoar Judea e Samaria demonstra que os razoamentos religiosos e históricos carecem de valor para a maioria dos judeus; por que os haveriam de têr no caso dos árabes? Certo, as chairas e costas de Palestina –a actual Israel- estavam vazias dois séculos atrás. Mas Arizona também está quase vazia; alguém acredita que os norteamericanos aceitariam que os judeus proclamassem o seu Estado em Arizona?

Esta imbecilidade dos direitos históricos é contraproducente. E é fazilmente desmontável: que se passaria se os descendentes dos canaanitas regressassem à sua antiga terra? Ou se os Peles Vermelhas reclamassem Norteamérica? Revestindo a questão do Estado de Israel com esta bassura moral, os judeus não fazem senão complicar as coisas com irreais limitações morais à hora de afrontar a guerra. Fins morais, como a vitória na 2ª Guerra Mundial, amiúde foram logrados através dos meios mais brutais, mas a opinião pública subscreve a superficial noção de acadar os fins morais através de meios morais. Os imigrantes europeus que foram a América não imploraram aos índios nativos que sentissem mágoa dos refugiados religiosos, nem trataram de argumentar o seu “direito a existir”. Tal direito não existe, como poderiam testemunhar centos de tribos e nações sem Estado. O Estado de Israel é simplesmente uma questão de poder: os judeus têm o poder para impôr os seus desejos aos árabes, mas não aos europeus, e daí que construíssemos um Estado para nós em Palestina.

Se abandoássemos esta retórica moral, os judeus seríamos capazes de combater pelo nosso Estado ao igual que qualquer outra nação tem lutado pelo seu Estado: sem o mais mínimo miramento pelas limitações morais que se presupõem às relações em tempo de paz entre vizinhos. Livres do moralismo progressista -que nada tem a ver com os valores práticos do Judaísmo- os judeus deixariam de devanar-se os sesos com bobadas irresolúveis como instaurar uma democracia etnicamente cega no Estado Judeu. Qualquer nação à procura de Estado, o primeiro que fixo foi exterminar ou expulsar aos aborígens, e só depois se adicaram a construir democracias. Nenhum Estado é etnicamente cego, inclusso os EEUU tem quotas de imigração para determinadas nacionalidades. Nenhum país em guerra, ou cuja identidade esteja ameaçada, oferece direitos iguais para todos. Em 1939, os britânicos proibiram a venda de terras aos judeus que residiam legalmente em Palestina; por que não vam poder os judeus israelis proibir a venda de terras aos árabes?



OBADIAH SHOHER

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