24/12/09

AS NEGOCIAÇÕES POR SHALIT AFOGAM NA HIPOCRESIA



Dirigindo-se aos familiares das vítimas do terrorismo, cujos verdugos serão recompensados com a posta em liberdade a câmbio dum insignificante cabo, Netanyahu situou a questão na disjuntiva entre “redimir cautivos” e “proteger aos cidadãos”. Por suposto, a Bibi pouco lhe importa o cautivo; limita-se a doblar a testuz ante os alaridos dos mass media.

As enquisas indicam que perto dum 60 % dos judeus israelis são partidários do troco a câmbio de Shalit. Que melhor prova da ineficácia da educação democrática numa época na que os mass media são quem fabricam a opinião pública?

O Governo israeli, orgulhoso como um avestruz com a cabeza soterrada na areia, nega-se a falar directamente com Hamas. No canto disso, utilizam a mediação alemã.

A negociação acha-se estancada em menos de uma dúzia de nomes. Centenares de outros assassinos –e futuros assassinos- não são questionados. O Governo ignora um facto evidente: que os árabes israelis são tão inimigos como os seus irmãos do West Bank, negando-se a soltar aos terroristas que tenham residência israeli. O lógico deveria ser libertá-los e expulsá-los junto com os seus milhão e meio de compatriotas, que actualmente vivem em Israel.

Semelha que só resta uma ínfima possibilidade de que Netanyahu e as cabezas visíveis do Shabak e o Mossad fagam prevalecer a sua postura, contrária ao intercâmbio, fronte Barak e Ashkenazi.

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