Por vez primeira desde o seu assassinato, a direita tem organizado uma cirimónia comemorativa de Yitzhak Rabin: uma “cirimónia alternativa para aqueles que têm sido assassinados pelos Acordos de Oslo” e também…uma vela solitária para Rabin.
A organização patriótica Eretz Yisrael Shelanu protagonizou o passado joves um memorial pelo assassinato. Até agora, este dia tem sido sempre uma data de incitação e ódio contra a direita pelos movimentos de ultraesquerda. Devido a isso, este dia praticamente vinha sendo ignorado por qualquer pessoa que se queira de direita. Mas este ano, 14 anos depois da desaparição de Rabin, uma organização pro-judia tem decidido celebrar a efeméride difundindo o autêntico legado de Rabin: encendendo um milheiro de velas em memória daqueles assassinados pelos Acordos de Oslo promovidos por Rabin.
Eretz Yisrael Shelanu, plataforma dirigida pelo Rabbi Shalom Dov Wolpe e Baruch Marzel, atacou assim directamente um dos grandes iconos dos progres israelis: os Acordos de Oslo. O Processo de Oslo legitimou à OLP e permitiu que os seus dirigentes e pistoleiros se instalassem em Yehuda, Shomron e Gaza. Os terroristas palestinianos foram autorizados a portar armas (proporcionadas por Israel) que utilizaram para assassinar judeus ao longo e ancho do Estado judeu. A onda terrorista foi especialmente aguda entre os anos 000 e 2003, durante os quais era habitual que os judeus morressem massacrados por dúzias no transcurso de apenas uns dias.
“Hoje encendemos velas em memória dos 1000 assassinados por Oslo, e uma em memória de Yitzhak Rabin. Não nos uniremos à ‘carnavalada Rabin’ que se celebra todos os anos”, dixo o joves o oficiante da cirimónia Shai Gefen.
Baruch Marzel dixo que a pesar dos intentos de vincular a resposta da direita ao assassinato com uma forma de apoio, a direita não tem nada a ver, e que o assassinato não se deveria vincular tão alegremente a estas posições ideológicas. “Nós não acreditamos que os assuntos públicos se devam arranjar a tiros, mediante a forza e a violência. Os rivais políticos não podem ser assassinados. E Rabin, ao fim e ao cabo, também fixo muito pelo Estado de Israel”.
Pela sua banda, Tiran Pollak –que perdeu duas irmãs num ataque terrorista palestiniano- dixo: “Milheiros de famílias têm perdido os seus seres queridos. Quem é o responsável desse sangue? O seu sangue também é vermelho, não é inferior ao dalgum. Segue-se falando do ‘legado de Rabin’. Que legado? Só sei que perdimos 1000 irmãos grazas aos Acordos de Oslo”.
“O legado de Rabin está corrupto. Prometeu paz e recebemos sangue, fogo, e lágrimas nos cimitérios”, afirmou no curso do acto o Rabbi Dov Wolpe.
O activista da Fronte Nacional Judia, Itamar Ben Gvir concluiu a juntanza alternativa com estas palavras: “Nesta cirimónia proclamamos: basta já! Basta de Festivais Rabin. Desejamos que esta cirimónia em memória das vítimas de Oslo se celebre nos anos vindeiros e que, eventualmente, se convirta na forma de comemorar o legado de Rabin”.
O que fica claro é que a comemoração annual do escuro assassinato de Rabin é o evento socialmente mais divisivo e de confrontação de todo o calendário israeli.
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