24/02/10

AS AMIZADES PERIGOSAS DE STING


O cantante britânico e porta-estandarte das causas de progresso, Sting, está metido num bom embolado. O que fora baixista de The Police, aceitou mais de um milhão de libras para actuar numa festa organizada pela filha do Presidente da República de Uzbekistão, Islam Karimov –considerado um sanguinário ditador escasamente sensível com os direitos civis e a conservação meio-ambiental.

Sting, cuja fortuna pessoal ronda os 150 m ilhões de libras, cantou para Gulnara Karimova, a filha do Presidente. Ora bem, enseguida apresurando-se a matizar que embora o concerto fora organizado pela filha do sátrapa, estava “patrocinado por Unicef, creio”(sic).

“Su conscente da pésima reputação do presidente uzbeko no âmbito dos direitos humanos, assim como no do mei ambiente”, afirmou em declaraçãoes a The Guardian uma vez que se tem feito pública a sua escandalosa actuação. “Tomei a decisão de cantar, apesarde tudo, porque acredito que o boicote cultural é contraproduzente, já que cria sociedades aínda mais fechadas e incita aos paranoicos”. Vê-se que não era do mesmo modo de pensar quando se negou a actuar na República Sulafricana.

A actuação de Sting, não obstante, não foi um acontecimento popular e libertador. As entradas do recital costavam o equivalente ao salário meio dum habitante de Uzbekistão multiplicado por 45.

A fama que arrasta o pai da amiga de Sting vem de longe. O embaixador britânico no Uzbekistão, Craig Murray, escreveu um livro, “Assassinato em Samarkanda”, onde acusa directamente ao Presidente, Islam Karimov (o nome já é um preságio) de “cozer vivos aos seus rivais dentro de grandes cacerolas”. A ONU, de facto, viu-se obrigada a denunciar a “tortura institucionalizada e sistemática” do sistema uzbeko.

Outros dos méritos do anfitrião do progressista Sting é o acelerado deterioro do Mar de Aral, que tem perdido o 80 do seu volume, pelo expresso desejo de Karimov de canalisar a água até um deserto no que tem instalado um campo de algodão.

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