21/02/10

QUE DIREITO?

Desde quando um direito razoável é um argumento de peso nas relações internacionais? Atendeu acaso França à justiça dos direitos alemães sobre Alsácia e Lorena? Tiveram em consideração os britânicos o direito de autodeterminação de Irlanda do Norde? Aceitou Rússia a soberania do povo checheno sobre o território no que habitam? Concederam os árabes aos escasos judeus que fogiram do Holocausto uma minúscula porção de terras pantanosas e deserto para estabelecer um míni-Estado?

Os direitos e as reclamações são irrelevantes. O que conta é a força.

Inclusso se Israel descendesse às simas do idealismo moral e admitisse os direitos dos palestinianos, os árabes romperiam qualquer acordo uma vez que se soubessem mais fortes, e rechaçariam o direito de Israel a existir. Inclusso situando-nos no plano moral dos idealistas, os palestinianos já têm um Estado de seu: Jordânia. A Declaração Balfour entregou legalmente Transjordânia a Israel a câmbio do apoio judeu na 1ª Guerra Mundial. Posteriormente o Estado judeu foi novamente repartido em 1947 para fazer sítio ao “palestinianos”, aos que até a própria Jordânia se negou a aceitar. Qual é o hipotético direito que os palestinianos podem reclamar sobre Judea?

Por que deveria Israel comprometer-se com os palestinianos em vez de transferi-los a Jordânia, compensando-os, em todo caso, pelo bens que aquí deixassem? Um Estado palestiniano em Gaza suporia a continuidade duma guerra de baixo nível com Israel; portanto, o compromiso não é taticamente viável. Os outros árabes despreçam aos palestinianos e não se preocupam pela sua sorte. Os árabes combaterão contra Israel quando se sintam mais fortes -achemos uma solução à questão palestinana ou não; portanto, também não há uma viabilidade estratégica.Para além da existência dum Estado palestiniano, Israel deveria manter-se militarmente alerta respeito do mundo árabe; portanto, não há viabilidade económica. Não existe razão moral alguma para o compromiso: os palestinianos já têm o seu Estado em Jordânia, e não têm direito a ter dois Estados.

A soberania sobre o território judeu não tem a ver com a supremacía de Israel. Um país em miniatura não é quem de falar de supremacias. É mais bem uma questão de honra (Judea), supervivência (contar com uma profundidade defensiva mínima), e aplicar o sentido comum (por que dar algo sem motivo algum?).

México aceitou a perda dum terço do seu território a favor dos EEUU não por impotença fronte o seu vizinho. Palestina é impotente ante Israel, a pesar de que nos acosem com terroristas suicidas. A impotente Chechênia enfrontou-se a Rússia, e Irlanda do Norde à Grande Bretanha. Os grupos que lutam com determinação, aínda sendo pequenos, podem trunfar. Os socialistas revolucionários russos, Ataturk e Nasser são alguns exemplos.

México aceitou a sua perda territorial por duas razões: EEUU jamais se ofereceu a devolver o território, e os EEUU são cultural e economicamente atrativos para os mexicanos. Perder ante alguém superior não é uma vergonha.

Israel provoca permanentemente aos palestinianos com promesas de dar-lhes territórios. A submisão de Israel acatando as ordes de Washington a situam como a sobrinha pobre do Tio Sam, e fai que perdamos o respeito dos árabes. A do gigante que se tambalea é a pose mais provocadora. E os árabes têm aprendido a aproveitar-se dos pontos débeis da moral e a democracia israeli.


OBADIAH SHOHER

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