12/01/10

OS ESCUDOS HUMANOS NO JUDAÍSMO



Muito antes de Goldstone, os rabinos já aturavam com paradoxas morais propiciadas por circunstâncias extremas. Ao igual que os lesgisladores e homens de leis hoje em dia, os rabinos esforçavam-se em aplicar as suas regras formais a situações extremadamente atípicas. As regras rabínicas, como qualquer outras, tendem a ser inaplicáveis nos casos extremos. Em vez de reconhecer que algumas situações escapam inerentemente de toda lógica, os rabinos as analisavam com grande zelo. Não chegavam a uma só conclusão, sem embargo, deixando-nos um par de enfoques geralmente contraditórios.

Existe um famoso dilema talmúdico: um estrangeiro hostil exige a um grupo ded judeus que entreguiem a um de eles para ser executado –ou, do contrário, todos eles serão assassinados. A resposta tradicional pertence ao Rabino Resh Lakish. Tendo sido um bandido anteriormente, era muito sensível à arbitrariedade –e inclusso a qualquer persecução-, e considerou que todos os judeus deviam morrer antes que entregar a um de entre eles para ser executado. Conscente do absurdo dum enfoque tão idealista, o Rabino Yochanan estabeleceu tudo o contrário. A eleição aleatória de um desafortunado chivo expiatório exculparia ao grupo da responsabikidade do seu assassinato.


Num argumento posterior contra Resh Lakish, os rabinos sinalavam que a sua interpretação fazia impossível que os judeus lutassem. O inimigo poderia tomar uns quantos judeus como escudo humano e tomar ao assalto as nossas cidades, sabedores de que os judeus não arriscariam a vida dos seus. Sem o dizer explicitamente, portanto, os rabinos autorizavam a morte dalguns judeus para salvar à maioria deles. Sem dúvida, esta é a lógica da guerra, que morram alguns para salvar à maioria. Mas o Judaísmo tem um conceito da guerra obrigatória que não está vinculado à salvação dos judeus. Segundo isto, os judeus devem ir à guerra quando o inimigo pretenda o território –já não as nossas vidas-, ou inclusso se exige meramente um prezo insignificante, como “heno e palha”. Sendo, portanto, lícita a morte de judeus quando estám em jogo valores nacionais.

Os traidores semelham entrar dentro desta categoria. De facto, os rabinos permitiam a entrega dum chivo expiatório se o inimigo o individualizava, afastando a opção criminal dos judeus. O desgrazado que resultava eligido, razoavam, convertia-se num rodef, num apestado, porque punha em perigo a toda a comunidade pela sua simples presença. De não ser entregado, toda a copmujnidade sofriria as conseqüências. Os traidores, também, entram dentro da categoria dos rodef.


Estando permitido matar judeus ou enviá-los à morfte por razões nacionais, aínda é mais permissível pô-lois em perigo pela mesma razão. Isto refuta a parvada de que as vidas dos judeus são tão importantes que estamos obrigados a tragar a quina do “Processo de Paz”. No Judaísmo, as vidas dos judeus têm uma importância zero; o único importante é implementar a vontade divina tal e como nos foi entregada na Torá. Se as vidas dos judeus são mais importantes que a terra dos judeus, o lógico seria que os judeus se mudassem a Toronto.

Os rabinos –quando eram rabinos de verdade- nems equer discutiam o assunto dos inimigos “civis” neste contexto. Se os escudos humanos judeus podem ser aniquilados, daquela os árabes, por suposto, também podem sê-lo. Para além de vários mandamentos e normas rabínicas que estabelecem que se deve agir sem piedade com a população inimiga, o mandato de que os judeus podem –ou, mais bem, devem- aniquilar os nossos próprios escudos humanos quando for necessário, implica que os escudos humanos do inimigo devem ser exterminados sem pesar algum.

Que dê um passo à fronte o primeiro rabino capaz de questionar a prática de capturar escudos humanos árabes para proteger aos nossos soldados.


OBADIAH SHOHER

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