10/01/10

QUE PESADOS OS DE GREENPEACE



Dizia Ruano que o parvo, à hora de deitar-se e ficar só consigo mesmo, não se planteja que é parvo, dúvida tremenda que acompanha ao inteligente até a morte. Uma vez sentada a superioridade moral, tudo é coser e cantar.

Esta variante de pijerio progre à que pertencem os leitões de Greenpeace que se pensam com patente de corso para entrar em propriedades alheias, sabotear embarcações ou ciscar-se publicamente em quem lhes peta, não se afasta do prototipo acima sinalado em maior medida que os progres que praticam turismo revolucionário subvencionado, e que acreditando que por ir com a t-shirt do Ché Guevara ou embutidos no mantel a quadros palestiniano não vam ser pasto da coviza terrorista dos aliados de civilização de Zapatero quando vaiam fazer o ganso pelas dunas de Mauritânia ou por aí adiante.

A minha aversão pelo progressismo rampante é de índole, mais que intelectual, estética. O patético espectáculo oferecido pelo lambão dirigente de Greenpeace-Espanha dias atrás, porque as autoridades da ditadura vigente em Dinamarca o privaram de comer nestas festas as suas habituais bandeixas de turrão de chocolate e mazapão, é digno de ser incorporado à antologia do disparate.

E estava visto o que se nos vinha acima em quanto o largassem. O tal Juantxo (que queda mais chic que Juancho) De Uralde -intercalando essa preposição que lhe dá um toque tão distintivo- e as suas cheerleaders do grupo Prisa proclamando a todas horas o seu martirológio, como se tivessem estado seqüestrados pelos terroristas das FARC na selva colombiana. A ver quanto tarda Manolito Rivas em sacar a sua última em “El País” equiparando a De Uralde com Ingrid Betancourt ou as vítimas dos gulag.

"Foi um trato inhumano", "Cacheavam-nos tras os bis-a-bis", "Apenas estávamos comunicados com o exterior por um aparelho de rádio", "Mesclaram-nos com imundos presos comuns",...


Estes mamarrachos patrocinados, segundo dizem as más línguas, pelos servizos secretos da Grande Bretanha, passam-se a vida exigindo sacrifícios aos demais, que modifiquemos o nosso estilo de vida, que não consumamos isto ou aquilo, que paguemos mais impostos, que o Estado recorte as nossas liberdades individuais,…e tudo pelo nosso bem. Porque estes cretinos consideram que são melhores que o comum dos mortais, e como o parvo citado ao comezo, que são moralmente superiores a todos nós. O seu, que sim que é um “negócio”, está baseado na pseudociência bassura, em impedir que os países em vias de desenvolvimento poidam sair jamais da sua misséria, em converter-se em altavozes das causas mais deleznáveis -como a do seu patrocinado o ántisemita Mordejai Vanunu, que tras roubar informação secreta do Estado israeli vai por aí dizendo que “a possessão da bomba atómica é o que permite a Israel aplicar o Apartheid sem temor”.

Conta o redactor de El País, muito afectado, que a sua dona e irmão o acharam "con el pelo largo y más delgado. Pero, sobre todo, muy enfadado por el trato desproporcionado” que esteve recebindo. As deficiências do servizo de catering e perruquería quedam claras, como sinalava Raúl Vilas. Contudo é chamativo que em duas semanas a gastos pagos na trena danesa ao senhor De Uralde lhe tenham crescido tanto às guedelhas como ao Conde de Montecristo ou o Abate Faria no seu cautivério. Mais comprensível era o sonroxo do sogro do susodito, o bom de Pablo Castellanos, que perguntado o outro dia numa tertúlia televissiva pelos seus companheiros de mesa sobre tamanhe via crucis não sabia onde se meter.

Menos mal que já o têm soltado –são e salvo-, que avondo têm em Dinamarca com aturar nos seus cárceres a lunáticos como o muçulmão que tratou de assassinar a coiteladas ao debuxante das caricaturas de Mahoma, como para suportar também as melonadas dum memo.


SOPHIA L. FREIRE


QUE RAROS SOMOS LOS DANESES


Los hay habituados a flotar en la estratosfera de la impunidad. El caso de los miembros de Greenpeace detenidos en Dinamarca se ha hecho digno de enmarcarse. Irrumpieron en una cena oficial para desplegar una pancarta y, por una vez, su acción no les salió gratis.

De haber suscrito la broma un pirado carente de unas siglas buenas que le amparasen, no estaríamos escribiendo de ello. El individuo habría dado con sus huesos en la celda sin concitar ni un mísero ritual solidario. Los cargos de allanamiento de morada, suplantación de autoridad pública y falsificación de documentos le habrían caído encima y santas y carcelarias pascuas. La justicia danesa tiene la osadía de tomar la ley en serio y creer que ante ella todos son iguales. Con los militantes ecologistas no hizo excepciones.

Ese rigor danés a la hora de aplicar la ley resulta sorprendente, inaudito y cruel en la flexible y tierna España. Nunca trataríamos como a delincuentes a unos chicos que sólo querían llamar la atención sobre la futura catástrofe planetaria. ¡Aún habría que agradecérselo! Aquí la ley suele mirar a quién. Hay bula para estropicios perpetrados al abrigo de reclamaciones políticas o sindicales.
Si unos huelguistas asaltan un edificio oficial y rompen lo que encuentran, que no se le ocurra a un juez condenarlos. Llámate activista y tienes el perdón o el clamor asegurados. Natural, pues, que el director de Greenpeace España mostrara su estupefacción: "En España hemos hecho protestas similares y ni siquiera nos han detenido". Lo extraño es que, en tales ocasiones, no les hicieran sitio en la mesa y les pusieran un cubierto. Ahí se ve cuán demócratas y tolerantes que somos. Un ejemplo para el mundo.


Como el Ministerio de Exteriores. No sólo se aplicó con inusual diligencia a rescatar a los ecolos de las garras judiciales de un Estado democrático. Pidió, además, que no mezclaran a los presos verdes con los presos comunes. Según el Gobierno, entonces, hubo en Dinamarca "presos políticos" durante tres semanas. Asombroso. Menos mal que aún quedan diplomáticos. El embajador considera que nada hay que objetar al trato dispensado al cuarteto climático intruso. Resulta que, en aquellas tierras, los jueces no se dejan intimidar, aplican la ley sin mirar a quién y no atienden a las intenciones de los autores de un delito. Sólo al delito. Mira que somos raros los daneses.


CRISTINA LOSADA


Sem comentários:

Enviar um comentário