24/01/10

“NÃO ME ARREPENDO”, UMA ENTREVISTA COM GEERT WILDERS



“Poderia ser”, diz Geert Wilders perguntado pela possibilidade de que tenha renunciado à sua liberdade pelo resto da vida, “e de ser assim seria um final muito triste. Não desejo nem ao meu mais acérrimo inimigo que não poida gozar da liberdade. Mas não me arrependo”. “Devo pagar um alto prezo por lutar pela liberdade, mas pior seria que eu e outros não lutássemos contra essa ideologia de ódio e submissão, porque daquela todos perderíamos a liberdade”. Estas palavras foram pronunciadas na véspera de que o homem que se poderia converter no próximo Primeiro Ministro de Holanda, sentasse na bancada dos acusados por criticar o Islám.

Wilders tem passado os últimos dias e noites com o seu advogado preparando a batalha legal que livrará no fogar de Spinoza. Human Right Service solicitou-lhe manter esta entrevista por correio electrônico, ao que ele accedeu.

Todo o mundo teve esta semana os seus olhos em Amsterdam, onde wilders, o homem mais perseguido em Europa, comparece num juízo que fazerá história na medida em que nenhum dirigente político na recente história europeia, até onde sabemos, tem sido perseguido por manifestações incitadoras e insultantes contra uma religião, o seu suposto Livro sagrado e os seus fieis.

Cinco são os cárregos que se esgrimem contra Wilders. As suas ofensas religiosas, entre outras coisas, radicam em ter descrito o Islám como uma religião fascista, e por solicitar a proibição do Coran, que tem comparado com o Mein Kampf. Tem incitado o ódio e a discriminação afirmando que a juventude marroquina é violenta, e solicitando que Holanda feche as suas fronteiras a todos os imigrantes não-occidentais, evitando assim “a invasão islâmica”. Wilders, cuja forza política – o Partido pelas Liberdades- está a ponto de converter-se na primeira forza do país, enfronta-se a uma pena de um ano em prisão como mínimo.


Human Rights Service: Ao igual que Robert Redeker e Kurt Westergaard, poded que já não poida viver livremente o resto da sua vida. Que lhe sugire esta situação?

Geert Wilders: Pode que sim, e de ser assim seria um final muito triste. Não desejo nem ao meu mais acérrimo inimigo que não poida gozar da liberdade. Mas não me arrependo. Devo pagar um alto prezo por lutar pela liberdade, mas pior seria que eu e outros não lutássemos contra essa ideologia de ódio e submissão, porque daquela todos perderíamos a liberdade

HRS: Como símbolo vivo da luta pelas liberdades, acredita realmente que o Coran deveria ser proibido, ou isso apenas foi uma provocação conscente? Deseja você que se queimem livros como nas horas mais escuras da história europeia?

GW: Cumpre falar disto no contexto holandês. Em Holanda o Mein Kampf está proibido. Quando foi proibido, os partidos politicamente correctos de esquerda e progressistas aplaudiram a decisão. O meu ponto de vista foi que, pela mesma razão e argumentos legais que o Mein Kampf era proibido em Holanda, o Coran deveria ser proibido também, pois ambos livros estám repletos de incitação à violência. Por suposto, a esquerda alporizou-se pela minha proposta de ilegalizar o Coran, assim que apresentei uma resolução no Parlamento para que o Coran fosse proibido em Holanda –proposta que foi rechazada pela maioria.

HRS: Qual é a sua visão de Europa de aquí a dez ou vinte anos? Re-descobrirá Europa a sua identidade e contrarrestará as forzas escuras do Islamismo, ou a velha Europa colapsará presa do medo? Como podem ser postas em retirada e neutralizadas as escuras forzas do Islamismo? Se vence o medo, que aspecto terá Europa em 2025?


GW: Europa é débil. Os dirigentes europeus são débeis. Actualmente temos mais “apaciguadores” dirigindo os países europeus que lutadores como Churchill. Se permanecemos sendo débeis, perderemos a nossa identidade; a nossa cultura, baseada no cristanismo, no judaísmo e no humanismo perderá terreno e o Islám crescerá aínda mais forte em toda Europa. Encaminhamo-nos a uma Eurábia, como o meu querido amigo Bat Yeor tão acertadamente vaticinou. Não existirá a liberdade, nem espazo para nada além do Islám, nem tolerância. Apenas Sharia. Será o inferno. Sem embargo, cada vez mais gente é conscente da ameaza islâmica, contrariamente ao que dá a entender a politicamente correcta elite dirigente que segue louvando a sociedade multicultural e o relativismo cultural. Está-se dando uma fractura cada vez maior entre a vox populi e a adormecida elite política. Velaí o motivo de que o meu Partido pelas Liberdades (PVV) nas últimas enquisas –publicadas esta semana- seja virtualmente a primeira forza política de Holanda. Isso infunde-nos ânimo. Mas temos um longo caminho por diante e devemos continuar na luta pela liberdade.

HRS: Se chegasse ser Primeiro Ministro de Holanda, quais seriam as suas principais prioridades políticas e por que?

GW: Deteria a imigração procedente dos países muçulmãos. Não porque tenha nada contra os muçulmãos –que não tenho- senão porque já temos Islám avondo em Europa. Seria mais estrito na integração da gente não-natural de Europa. Se não aderem a nossa Constituição, leis e valores, e cometem crimes serám deportados de modo imediato. Fortaleceria a liberdade de expressão em Holanda introduzindo uma espécie de Primeira Emenda, ao estilo das dos EEUU. Reduziria os impostos em Holanda recurtando gastos no apartado de integração, assim como as contribuições à União Europeia, programas de desenvolvimento e outros hobbies progres, etc. Investiria mais dinheiro nos ancianos e nos desfavorecidos, na medida em que têm um nível de vida inferior aos reclusos que vivem a todo trapo nas prisões holandesas.

HRS: Um dos principais aspectos do controlo islamista das comunidades muçulmãs é a negação dos direitos da mulher. Como afrontaria isto chegado o caso de ser Primeiro Ministro? Podem os Governos fazer algo ao respeito?

GW: Uma das diferências entre as nossas sociedades livres occidentais e as sociedades onde a cultura islâmica é predominante, é a igualdade entre homens e mulheres. Nisso não cederíamos nem um ápice. As mulheres são iguais aos homens, têm os mesmos direitos à educação, à liberdade e a gozar de oportunidades como os homens. Isto já figura em todas as nossas leis. Temos que agir com firmeza ante condutas ilegais e ser exemplares castigando e/ou extraditando àqueles homens que não se preguem às nossas leis e ao princípio básico da igualdade entre homens e mulheres.

HRS: Como interpreta o resultado duma recente investigação realizada em Dinamarca que sinala que os muçulmãos melhor integrados são aqueles entre os que se dá uma maior radicalização?

GW: Não acredito nesse informe, e, de facto, não me interessa o por que a gente se radicalize. Eu sou um homem de leis, não um psiquiatra. A esquerda tratou de tomar-nos o pêlo diz

HRS: Como devem agir as autoridades com o Islám organizado (mesquitas, escolas, etc) que entram em colisão directa com os direitos humanos? Não é uma ameaza maior que o facto de que o Coran esteja presente nas livrarias? Não seria mais lógico promover a proibição do próprio Islám organizado, sobretudo nos casos em que essas organizações em questão têm claros vínculos com determinados movimentos islâmicos e as suas escolas?

GW: Eu acredito que o Islám é mais uma ideologia que uma religião. De facto, o Islám é uma ideologia totalitária como o comunismo e o fascismo. Portanto, o Islám não é equiparável ao Judaísmo ou o Cristanismo, senãio que debe ser comparado com outras ideologias totalitárias. A minha intenção é que todas as escolas islâmicas de Holanda sejam imediatamente clausuradas. Os rapazes não devem ser conduzidos aos brazos duma ideologia de ódio, submissão e violência. Devemos promover a educaçao dos rapazes muçulmãos nas escolas normais, entre outros rapazes. Não quero que se construa nem uma mesquita mais em Holanda, porque desde ali se advoga por uma ideologia do ódio. A modo de exemplo recíproco: tratemos de erguer uma sinagoga ou uma igreja cristã em Arábia Saudi ou Iran. Seríamos imediatamente detidos e sentenciados. Sejamos tolerantes com os tolerantes, mas aprendamos a ser intolerantes com a intolerância.

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