11/04/10

NINGUÉM OBRIGA AOS JUDEUS


O desafecto israeli com Obama radica num dos principais rasgos da mentalidade judia: o respeito pelas palavras mais que pelos factos. Durante gerações, os judeus acostumaram-se a situações nas que ainda que os factos dos demais face eles foram máus, pelo menos as palavras eram bonitas.

Essa actitude tem persistido durante as negociações de paz. Os memoránduns das conversas secretas de Oslo revelam a obsessão judia pelas palavras. Os negociadores não tiveram problema em acordar rapidamente a desafecção de Jerusalém e em autorizar os reagrupamentos familiares árabes em Israel, mas adicaram uma extrema atenção à formulação por escrito.

Actualmente, de igual modo, o Governo tem accedido praticamente a abandoar Judea e Samaria em mãos árabes, mas insiste em medidas de maquilhagem como preservar os assentamentos. Que mais dá se cedemos o 93, o 97 ou o 100% do território à tribo de Esau? E não recorramos ao tópico dos pobres colonos: a maioria da população dos assentamentos reside em vilas, não sinte um especial apego à terra, e se vivem no West Bank soe ser porque é relativamente económico. Isso é especialmente certo no caso das comunidades ultraortodoxas, dispostas a reubicar-se em qualquer sítio que se lhes diga sempre que seja barato –especialmente agora que Ovadia Yosef proclama que “as suas vidas são mais importantes que a terra judia”. Dalguma maneira o Rei David deveu ser alheio a essa correlação quando levou a cabo as suas guerras de expansão. Das comunidades existentes em vilas, muitas seriam reubicadas na Galilea. Assim, basicamente, todo o lio que atinge ao tema das fronteiras apenas atingiria ao 1% da população israeli. Claramente, este não é um assunto que concerna ao 99% restante. Os palestinianos aínda têm desactivado mais a situaçao oferecendo aos colonos pata negra a cidadania palestiniana –algo que muitos de eles estariam dispostos a aceitar com tal de permanecer nos seus fogares. O quid da questão, pois, não radica em se se devem preservar os assentamentos, senão em se se deve abandoar Judea e Samaria.

A discusão sobre a congelação do crescimento natural é igualmente insignificante. Se o crescimento natural tem alguma importância real, Israel pode aceitar as exigências de Obama fazendo a vista gorda à construcção, de igual modo a como fai com as construcções ilegais palestinianas. O debate tem uma mais simples explicação: demonstrar a capazidade de resistência de Bibi e congregar à nação contra Obama.

O Governo israeli também faz uma questão de desputa do Monte do Templo. A questão de fundo é o Terceiro Templo, e não tanto a jurisdicção sobre Al Aqsa. Os muçulmão são absolutamente sensatos: na medida em que Al Aqsa siga ali e o Terceiro Templo não, eles, e não os jueus, têm todos os direitos a reclamar o lugar. Neste assunto, também, o Governo persegue uma estrategia de maquilhagem mais que sustentar uma política bem fundamentada: o Monte do Templo será entregado à ONU em vez de aos palestinianos; cristãos e muçulmães em vez de muçulmães só: que grande diferença!

Pela sua banda, e a fim de testemunhar a sua inexistente fortaleza, o Governo faz todo tipo de insignificantes exigências aos palestinianos. Deverão reconhecer a Israel como Estado Judeu. Melhor seria que, em primeiro lugar, reconhecessem essa judeidade os próprios judeus. Um Estado que presume de ser atéu, não é judeu em termos religiosos. Um Estado com um 34% de árabes entre a sua mocidade, assim como ingentes quantidades doutros estrangeiros, não é judeu em sentido étnico. Um Estado onde os árabes não fazem o serviço militar, eludem o pago de impostos, e construem vivendas ilegalmente –no que estám, em ressumidas contas, por riba da lei- não é judeu num sentido nacional.

A desmilitarização é outra estúpida exigência. Inclusso se os palestinianos accedessem a não contar neste momento com aeronaves de combate, nada impede que poidam cambiar de opinião mais adiante. Em termos de proximidade, não há diferença entre aviões de combate estacionados em Ramala ou em Damasco –pois os israelis não podem pretender também que Síria seja desmilitarizada.

Também há uma série de exigências relativas à seguridade. Se alguém deve fazer exigências deveriam ser os palestinianos quem exigissem garantias de seguridade por parte de Israel. Nós contamos com contundentes razões para oprimi-los e, a fim de contas, temos matado dúzias de vezes mais palestinianos que judeus têm matado eles. Pelo menos é algo que temos feito bem –embora de modo insuficiente. Os palestinianos têm dúvidas muito mais fundadas que nós em matéria de seguridade. Sendo realistas, Abbas pouco mais pode fazer no que respeita ao terrorismo. Com o Shabak e as IDF combatendo contra o terrorismo palestiniano, como podemos agardar que a milícia palestiniana trainada pelos EEUU o vaiam fazer melhor? Os próprios EEUU têm fracassado na luta contra o terrorismo em Irak; que analista com o cerebro seriamente danado pode agardar que os seus aliados de Fatah vaiam ter éxito no West Bank? Hamas é incapaz de controlar aos terroristas de Gaza que lançam projectis contra Israel esporadicamente, e uma Fatah muito mais débil não será quem de fazer as coisas melhor.

Obama é detestado por situar o olho do furacão sobre Israel. Mas, em que outro lguar o haveria de situar? A própria Israel refere-se aos “territórios” como “ocupados” (em vez de ·”libertados”). Em conseqüência, deve congelar –e eventualmente desmantelar- os assenamentos da “terra ocupada”. Com tamanhe plantejamento de partida, que lhes haveria de exigir Obama aos árabes? Israel está obsesionada em asinar um tratado de paz com os palestinianos que ponha fim ao terrorismo, em vez de pactar direitos de voo sobre Arábia Saudi. Nada impede que os árabes levantem o embargo agora e o reinstaurem dentro dum par de anos, depois de que o Estado Palestiniano esteja em marcha. E então que fazeríamos? Re-ocupar Palestina? E o embargo em sim mesmo não é o importante: Israel tem adquirido petróleo árabe e pistachos iranianos durante décadas, a pesar do embargo.

A menos que os judeus reconheçam Judea e Samaria como parte inalienável da Terra Prometida, seguir com a bobada do processo de paz carece de sentido.



OBADIAH SHOHER

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