11/04/10

O QUE “TODO O MUNDO SABE”


O que figura ao lado é pretendidamente o mapa que a Administração Obama quer apresentar como “Plano de Paz” entre Israel e os “palestinianos”. É o que “todo o mundo sabe”, a “solução” desde que Bill Clinton figesse substancialmente idêntica proposta no ano 2.000

Helene Cooper descreveu-no esta semana no “The New York Times” da seguinte maneira:

Esta proposta não está aínda acima da mesa, segundo um representante da Administração, para além de que os EEUU querem primeiro pulsar o estado das negociações prévias de paz promovidas pela Casa Branca –que em meios diplomáticos são denominadas “conversas de aproximação”. Mas também afirmou que essas conversas sairão adiante e daquela poderemos ter uma base de partida.

O que essa base seja aínda está no ar, mas a maioria dos expertos no Meio Leste coincidem num desenho semelhante para o acordo de paz. Em primeiro lugar, os representantes palestinianos deveriam aceitar que não haverá direito de retorno para os refugiados da guerra de 1948 que dou passo ao Estado de Israel, e para os seus milhões de descendentes. Em vez disso, os palestinianos deveriam aceitar algum tipo de compensação. Em segundo lugar, ambas partes deverão compartilha Jerusalém –situando os palestinianos a sua capital no leste e os isrealis no oeste, e asinando ambas partes uma espécie de acordo internacional para compartir os lugares sagrados da Cidade Velha.

Em terceiro lugar, Israel deverá regressar às suas fronteiras de 1967 –antes de que se figessem com o leste de Jerusalém e o West Bank na Guerra dos Seis Dias-, entregando/recebendo alguns assentamentos e intercâmbios territoriais pontuais. Quarto: os EEUU e a OTAN deverão outorgar a Israel garantias de seguridade, o que provavelmente suponha a inclusão de tropas estacionadas ao longo do Rio Jordão, para atenuar o temor israeli de que países hostis pudessem utilizar o Estado palestiniano como cabeça de ponte para lançar ataques. E, finalmente, os vizinhos árabes, como Arábia Saudi, teriam que reconhecer a Israel.

Se esse é o Plano, o único no que semelha diferente dos parámetros de Clinton é no relativo às tropas dos EEUU ou da OTAN. Custa-me imaginar a Israel aceitando a presença de tropas da OTAN (o que incluiria a Turquia) e não posso imaginar que o Congresso acete o envio de tropas dos EEUU aquí. Para além de tudo, lembremos que já foram os palestinianos quem rechaçaram os parámetros de Clinton.

Mas é inclusso duvidoso que este Plano poida chegar a ser proposto. Velaqui o quid da questão: se “todo o mundo sabe” que esta vai ser a proposta, porque não a ponhem já sobre a mesa? Obviamente porque alguém não quer que se chegue a implementar. E não é Israel –temos aceitado esse acordo três vezes nos últimos dez anos. A pressão sobre Israel, portanto, está fóra de lugar.

Isso não quer dizer que pense que Netanyahu vaia aceitar o mesmo acordo que propujeram Barak e Olmert. Não acredito. Muitas coisas têm cambiado desde que Barak fez a sua oferta: a Segunda Intifada e os resultados da expulsão de Gaza no primeiro lugar da lista. Em quanto à oferta de Olmert, não era senão a fogida face adiante dum maníaco suicida que pretendia manter o posto a toda costa.


ISRAEL MATZAV

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