22/01/10

DA MILITÂNCIA JUDIA AO JUDAÍSMO



Os judeus não podem sobreviver numa sociedade aberta. O judaísmo não é muito forte. E é dificil ser diferente –inclusso um pouco diferente. Aínda é mais dificil proclamar a tua diferência no meio dos teus vizinhos gentis. É uma inconveniência ser diferente. A gente necessita forza e vínculos com um grupo forte. Os gentis são mais e mais fortes que os judeus.

A diferência religiosa, como o judaísmo, pode ser uma fonte tremenda de orgulho, mas esse tipo de orgulho exige um conhecimento tremendo. A menos que um seja estimulado a estudar desde a infância, por que haveria de começar a aprender de súpeto algo que semelha irrelevante? Uns poucos aprenderiam, mas a maioria não.

Durante a maior parte da história, os judeus viram-se obrigados a ser diferentes. Ao começo, a educação quase forzosa, as pressões sociais, a baixa mobilidade, e a hostilidade universal evitaram que se bautizassem e assimilassem.

Os antigos judeus eram notavelmente ánti-judaicos, e provocavam permanentemente aos profetas que os fustigavam pelas suas iniquidades. Adouravam ídolos e apenas respeitavam nada das leis rabínicas. Os judeus sobreviviram daquela grazas a que eram uma entidade política, tendo o seu próprio país.

No Exílio, a lei rabínica e a hostilidade cristã preservaram a nação judia. Hoje, sem embargo, não podemos sobreviver como entidade estritamente religiosa. A Cristandade tem-se disolvido numa miríada de sectas, e perdido a sua significância identificativa para a maioria da gente. A assimilação judia não é única, senão que segue o modelo cristão. Num tempo de cinismo religioso, a identidade religiosa não pode sobreviver.

A nossa única oportunidade é a opção antiga: um Estado militante, altamente inusual e identificável. Os judeus necessitam uma entidade política clara, e isto require um Estado judeu diáfano sem árabes. Tras converter-se em zelosos patriotas, os judeus poderiam intentar racionalizar o seu nacionalismo, e adoptar o Judaísmo como religião nacional. Este é um modo seguro de preservar a identidade judia no futuro. Mas require, insistimos, uma entidade política muito forte.


OBADIAH SHOHER

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