Ignoro se o recém eligido senador republicano por Massachusetts, Scott Brown, e o Primeiro Ministro israeli Binyiamin Netanyahu têm-se encontrado alguma vez. Uma batida pelo Google Images não oferece nenhuma fotografia de ambos juntos. Mentres agardo que algum dia se conhezam, não teria por que suceder para que o Primeiro Ministro Netanyahu disfrute dos benefícios da arroiadora eleição o passado martes em Massachusetts. Aluf Been, do jornal israeli “Ha’aretz” está furioso pelo facto de que Netanyahu seja o grande beneficiário do que se passou o martes. E faz bem em estar furioso. Porque é uma boa nova para Israel que a agenda Obama –com o “Estado palestiniano” como ponto estelar na política exterior- sucumbisse numa derrota histórica o passado dia 19.
Durante os últimos nove meses, Netanyahu tem tratado de resistir a pressão de Obama, que disfruta duma maioria Democrata em ambas câmaras do Congresso. Agora, sem embargo, Obama dependerá em maior medida do apoio dos seus rivais republicanos, os simpatizantes e amigos de Netanyahu.
Nenhum político israeli acompassa os seus passos aos acontecimentos da política norteamericana com tanta mestria como Netanyahu. Bloqueou as negociações sobre a congelação dos assentamentos, decidindo que se prolongaria durante 10 meses, rematando precisasmente em Setembro –momento no que terám lugar as eleições para a renovação do Congresso, nas que se agarda que os demócratas sofram um duro revés.
Netanyahu entendeu que devia aguantar a pressão até que os seus aliados da direita retomemm uma posição de poder no Capitol Hill para retomar as rendas das actividades políticas da Casa Branca. A eleição em Massachusetts, um dos Estados mais esquerdistas dos EEUU, será a partir de agora uma pesada cárrega para Obama.
Os partidários do processo de paz verám isto como uma oportunidade perdida para Obama, que malgastou o seu primeiro ano no poder com estéreis movimentos diplomáticos que fracassaram no intento de relanzar as conversas entre Israel e os palestinianos. A partir de agora, as coisas serám muito mais difíceis para Obama.
O apoiio do Congresso é essencial no processo político, e na actual atmósfera política dos EEUU –onde os partidos estám especialmente polarizados- Netanyahu pode confiar nos republicanos para reduzir a pressão sobre Israel.
Como teria dito Ronald Reagan, amanhece em América. E em Israel, graças a D’us.
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