19/01/10

QUE TERIA FEITO ABRAHAM LINCOLN?


Tanto Liat Collins como Danny Ayalon, nas suas recentes colunas no The Jerusalem Post, “O dilema democrático” e “A responsabilidade civil não deveria ser opcional”,respectivamente, tratam da questão de cómo deveria responder o Governo antes o comportamento ánti-israeli dos nossos membros árabes radicais da Knesset. Como estudoso da história, cada vez que leo algo sobre este assunto, lembro-me de Abraham Lincoln, o mais grande dos Presidentes dos EEUU, e da sua resposta ante as actividades do Representante Clement Vallandigham.

Quando a Guerra Civil norteamericana estalou em 1861, Vallandigham era um congresista demócrata, representante de Dayton, Ohio. Contextualizemos para os leitores não estadounidenses: a Guerra Civil derivou do intento dos Estados escravistas do Sul de emancipar-se da Inião e formar o seu próprio país, os Estados Confederados de Norteamérica. Vallandigham, embora pessoalmente oposto à escravidão, acreditava que o Governo federal não tinha direito constitucional a evitar a secesão dos Estados do Sul. Naturalmente, inclusso estava mais firmemente em contra do uso da forza militar para obrigar ao Sul a manter-se dentro da União. Vallandigham era o dirigente dos “Cabezas de Cobre”, demócratas do norte pro-confederados, contrários à guerra.

Em 1863, o General Ambrose Burnside, a cárrego do distrito militar de Ohio, publicou uma orde estabelecendo que as declarações públicas de simpatia face o inimigo não seriam toleradas. Vallandigham não se arredou, e incrementou a provocativa linguagem dos seus discursos, fazendo fincapê em que a guerra se estava fazendo para libertar aos escravos, não para salvar a União, e que o Presidente era “o Rei Lincoln”, que deveria ser desprazado da presidência. Também declarou que “não queria pertencer aos Estados Unidos”.

O que foi demassiado para Burnside, que arrestou a Vallandigham e o enviou ante um tribunal militar. Foi acusado de sentimentos absolutamente desleais e obstaculizar a marcha da guerra. Vallandigham foi sentenciado a dois anos de prisão militar, sentência eventualmente ratificada pela Corte Suprema dos EEUU.


Lincoln, sem embargo, não desejava fazer de Vallandigham um mártir “cabeza de cobre”. Assim, ordeou que o antigo congressista (pois perdera a reeleição em meio do processo) fosse sacado de prisão e exilado à Confederação que tão firmemente defendera. Oficiais federais trasladaram a Vallandigham através das linhas da União até território confederado em Tennessee. Ele depois marchou desde ali a Canadá, e rematou regressando ao Norde. Tras a guerra, retomou a sua prática da advogacia em Dayton.

Comparando a Vallandigham com os membros da Knesset Jamal Zahalka, Taleb a-Sanaa e outros, podemos extrair semelhanzas e diferências. Tanto Vallandigham como os membros árabes da Knesset opugeram-se fortemente às acções militares do seu país; tanto Vallandigham como os membros árabes da Knesset utilizaram linguagem incendiária e provocativa nas suas intervenções públicas de ataque contra o seu país; e tanto Vallandigham como os membros árabes da Knesset afirmaramm não querer pertencer aos EEUU (Vallandigham) ou ao Estado Judeu (os membros árabes da Knesset).

Outra semelhanza é que o congressista/membros árabes da Knesset atacaram ao seu país durante o curso duma guerra, tratando de ajudar ao inimigo. Mas isto conduze-nos à significativa diferência na natureza do inimigo a quem Vallandigham e os árabes da Knesset dam apoio. Durante a Guerra Civil, os confederados nunca procuraram a destrucção do Norde. Mais bem, queriam continuar com o sistema escravista, sem interferências com os abolicionistas do Norde, que pretendiam “arruinar” o seu sistema de vida económico e social. Os inimigos de Israel, sem embargo, estám juramentados na destrucção do Estado. Portanto, as acções dos membros árabes da Knesset são mais perigosas e destrutivas que qualquer das que levopu a cabo Vallandigham.

Daquela, deveriam os membros árabes da Knesset receber o trato de Vallandigham, ser exilado ao país que supostamente veneram e apoiam em maior medida que o que representam?

Se perguntamos “Que fazeria Lincoln?” obteríamos a resposta. Mas não temos um Lincoln entre nós.


DAVID GLEICHER

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