31/01/10

A QUEM LHE INTERESSA A PAZ?

Israel e os muçulmãos deveriam ter rematado o seu velho conflito há muito tempo rendidos ao cansazo e o puro aburrimenno. Dois pedazos de deserto, o Negev e o Sinai, junto com os pantanos que os circundam, nos arrabaldos do mundo árabe, carecem de importância para os muçulmãos. Jerusalém não é um destino religioso fashion como o poida ser a Meca. Os muçulmãos vivem tranquilos com os judeus, que não os combateram nas Cruzadas enm os oprimiram durante o período colonial. O conflito com Israel para os muçulmãos é mais bem uma forma de chamar a atenção dos mass media estrangeiros, de ganhar-se um respeito que –como todos os seres humanos- precisam desesperadamente, mas do que não são capazes de se fazer acreedores devido ao seu nível de analfabetismo e subdesenvolvimento.

O conflito com Israel também propícia nos muçulmãos uma certa predisposição face a beneficiência. Prescrita no Islám e culturalmente arraigada por séculos de prática, a beneficiência acha os seus destinatários perfeitos nos muyaidin palestinianos. Mediante o apoio económico, os muçulmãos do exterior sintem-se vinculados ao glorioso combate, já como defesa contra o inimigo respaldado pelos EEUU ou como yihad com a que limpar a terra do Islám da ocupação (judia) europeia.

Os palestinianos necessitam o conflito para poder sobreviver. O seu sistema económico de desenvolvimento é um ermo. Carentes duma ética do trabalho e duma cultura da aprendizagem, estám condeados a um tipo de manufactura primitivo e à agricultura de subsistência. Inclusso se, miragrosamente, alcanzassem os níveis de eficácia dos granxeiros judeus em Gaza, os palestinianos não poderiam empregar aos seus milhões de incontinentes sementais nos labores agrícolas. A extorsão através da subvenções procedentes dos muçulmãos e Occidente é necessariamente a ocupação principal dos palestinianos. Inclusso os escasos terratenentes actuais estalarão no descontento na vindeira geração, quando os seus filhos reclamem o conforte do modo de vida moderno em vez de viver condeados a pastorear cabras.

A clã dirigente israeli precisa do conflito por muitas das mesmas razões que os muçulmãos. Israel, empantanada no socialismo e o Estado de bem estar, está economicamente a anos luz de Occidente. Ser Primeiro Ministro dum empobrecido minúsculo Estado no meio de nengures consitui uma duvidosa glória. Ser um belicoso Primeiro Ministro dum Estado em primeira linha na batalha das civilizações e ocupando as primeiras planas dos mass media occidentais, é muito mais gratificante. Os dirigentes israelis detestam ter que entregar o seu território, embora por razões que não são nem religiosas nem nacionalistas. Os dirigentes querem presidir um Estado o mais grande possível, e a nenhum Governo lhe gosta ver diminuído o território desse Estado. Sob a pressão dos seus pares estrangeiros para que contentem aos palestinianos, a c lasse dirigente israeli renuncia aos territórios de má ganha, e dilatam o processo irracionalmente. Se Judea, Samaria e Gaza não são territórios judeus, a que vem essa dilação? Que lhos entreguem aos árab es, e que os deixem construir um fracassado Estado ali –a quem lhe importa? Concentremo-nos em deter a infiltração mais que em congtrolar a entidade palestiniana.

Occidente apoia o conflito por razões de balanzo de poderes. Só a miragrosa inventiva da dirigência estadounidense é quem de exigir a paz (ganhando-se uma reputação de implacáveis pacifistas) com uma mão, e evitar a toda costa a paz com a outra. Uma situação de guerra latente propicia a situação idônea para as arbitragens internacioinais que ambas partes solicitam. Os benefíos não são simplesmente políticos, senão também militares (bases e influência), assim como econômicos (suculenta venda de armas). Quando o emponzonhado conflito remata estoirando numa guerra aberta, os EEUU, França e Rússia gimoteam e intercedem para decelerar o conflito: a arbitragem é asumível, mas a perspectiva duma guerra aberta na região do petróleo não é desejável.

Os mass media azuzam o conflito exagerando as informações e exacerbando a espiral da tensão. A paz dá para encher portadas uma semana; a guerra tem proporcionado titulares durante quase um século até hoje. A vida em paz dá boas notícias com as que encher um jornal provinciano. As grandes rotativas necessitam sensações mais sanguentas.

Os moralistas estám mais interessados em achar e proclamar as injustizas que em rematar com elas. A paz não ó o seu objectivo.

Os políticos apoiam essa linha dura. Linha que num momento dado pode coincidir com os hábitos coloniais (como os prejuízos ánti-arabes), o ánti-semitismo, a simpatia pelo débil, pelos subdesenvolvidos, os analfabetos, ou outras variantes. Eles não estám interessados na paz, senão em apontalar as suas linhas discursivas segundo o momento.

Sim, os votantes querem a paz. Mas não são eles quem fazem a política.


OBADIAH SHOHER

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