05/02/10

A IGREJA CATÓLICA, EMBAIXADORA DO ISLÁM EM EUROPA

Na França, Hassen Chalghoumi tem cobrado celebridade por “não ser um iman como os demais”. Leva aos seus filhos a um colégio privado católico, tem solicitado um crédito da banca tradicional para comprar a sua casa e “estreita as mãos das mulheres”. Por suposto, estas actitudes não saim grátis em Al-França. O passado 25 de Janeiro um “comando islamista”, na realidade, uma das habituais bandas de facinberosos histéricas ao berro de “Alá é grande”, asaltava de forma violenta a sua mesquita entre ameazas de morte.

“Estou a favor da proibição do burka por lei (…) Mas isso deve-se combinar com um trabalho pedagógico como o que se fixo com o véu nos colégios em 2004. Não imagino um polícia fretirando o véu duma mulher em plena rua. O véu integral não é um preceito religioso, senão uma prisão para as mulheres, uma dominação sexista e uma imposição islamista”. Essa é a opinião que Chalghoumi manifestava sem se arredar pela apocalipse de ameaças que recebe quase a diário na sua mesquita de Seine-Saint-Denis. Os islamistas não estám dacordo. Mas a Igreja Católica da França, também não. Quando menos, não o estám os seus dirigentes.

O Conselho para as Relações Interreligiosas da Conferência Episcopal francesa emitia um comunicado o luns passado contra a medida que impulsa o Governo do Presidente Sarkozy: “É muito limitado o número de mulheres que leva o véu integral, e as decisões que se adoptem não devem levar a uma estigmatização dos crentes muçulmãos”, dizia o monsenhor Michel Santier como Presidente do Conselho para as Relações Interreligiosas desde o sítio web da Conferência Espiscopal francesa.

“Se se aopta uma lei neste sentido, o risco para as mulheres muçulmãs que levem o véu integral é que não saiam de casa e estejam aínda mais marginadas”. Alertando sobre a tentação de que “os cidadãos franceses e, entre eles, os católicos” se deixem “seducir pelo medo à teoria do choque de civilizações”, Santier rematava o seu comunicado com argumentos que semelhavam confirmar, precisamente, o choque de civilizações que ele próprio vinha de condear.

“Se queremos que os cristãos em minoria em países ded maioria muçulmã tenham todos o direitos, devemos respeitar no nosso país os direitos de todos os crentes no exercício do seu culto”, afirmava equiparando as liberdades dos cristãos no orbe islâmico com as que os muçulmãos disfrutam na França. “Um diálogo sincero entre crentes permitirá superar as desconfianças recíprocas”, concluia.

A posição de Santier vinha coincidir com a já tradicional política seguida pelo seu homólogo do diálogo interreligioso no Vaticano, o também francês, cardenal Jean-Louis Tauran. Em ambos casos, La Croix oferecia cobertura ideológica amiga para lembrar como Tauran se manifestara mais ou menos nos mesmos termos contra o referéndum de proibição de construcção de novos minaretes em Suíza. Esta actitude concluiu com a aberta condeia vaticana do resultado final da consulta como “um duro golpe contra a integração e a liberdade religiosa”.

Porém, desde outros âmbitos mais laicos, advirte-se com muita maior crudeza sobre as “coneqüências” duma proibição do burka na França. “Nos países de maioria muçulmã, proibir o véu converte-se num ataque ao Islám”, prevêm desde os think thank de seguimento das relações internacionais, dando por entendido o que significa na prática a ‘ofensa’ das delicadas sensibilidades isâmicas.

Pelo momento, e mentres o projecto legal de proibição continua o seu curso em Paris entre comisões parlamentárias e ameaças soterradas das organizações muçulmãs aliadas em argumentos com a Igreja Católica, o Executivo francês não semelha arredrar-se em excesso a julgar pela audácia duma medida que se permitia confirmar de modo oficial, mediante comunicado do Ministério de Imigração, Integração e Identidade Nacional: a denegação da nacionalidade a um muçulmão que obrigava à sua mulher francesa a levar o burka numa actitude que, para Paris, supõe “o rechazo dos princípios de laicidade e igualdade entre homens e mulheres”.


Fonte: NOVO DIGITAL INTERNACIONAL

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