Conta a História que um reclusso chamado Juan, encerrado num campo de concentração na Ilha de Pathmos, experimentou uma série e visões nas que se descrevia não apenas o que ía sueder em breve, senão também o que aconteceria ao final da História. Foi assim como levou a cabo a redacção do Apocalipse, o último livro da Bíblia que concluia da seguinte maneira:
“Eu testemunho a todo o que escuta as palavras do livro este, que se alguém acrescenta alguma coisa, D’us acrescentar-lhe-á as pragas descritas neste livro. E se quita alguma das palavras do livro desta profecia, D’us quitar-lhe-á a sua parte da árvore da vida e da Cidade Santa”.
As palavras do autor do último livro da Bíblia constituiam uma séria advertência. A Bíblia não é um livro qualquer, debe tomar-se na sua totalidade e não resulta lícito expurgar entre as suas ensinanzas para ficar só com uns versículos e desprezar outros. De facto, aquele que se permite quitar ensinanzas da Bíblia ao seu antolho, só pode agardar que D’us, à sua vez, o prive da possibilidade de entrar na Cidade Santa ao final dos tempos.
Ontem teve lugar o agardadíssimo Almozo de Oração com Obama, ao que estava convidado o Presidente do Governo, D. José Luis Rodríguez Zapatero. Sem intenção de esgotar o tema, os factos são os seguintes:
- Ontem à manhã, hoira local dos EEUU, teve lugar o Almozo de Oração com a presença de Rodríguez Zapatero. Sentado ao lado de Michelle Obama, o Presidente do Governo escutou o “D’us abençou América”, que inaugurou o acto, e posteriormente um Senador pronunciou uma oração na que todos os presentes reclinaram as suas cabezas, agás o Primeiro Ministro espanhol.
- Rodríguez Zapatero começou o seu discurso dando as graças por ter sido convidado à oração, no nome de Espanha, em castelhano –a língua na que por vez primeira se rezou ao D’us do Evangelho nesta terra, Rodreíguez Zapatero ensalzou que “ninguém como vocês conhece o valor da liberdade religiosa”.e elogiou a seguir a demovcracia dos EEUU, que aboliu a escravidão, outorgou a liberdade de voto e eliminou a discriminação.
- Rodríguez Zapatero acrescentou que Espanha mira com admiração aos EEUU, já que é uma nação diversa, forxada na diversidade, também americana, a mais multicultural de Europa e, sobretudo, cristã.
- Com posterioridade, Rodríguez Zapatero citou a Bíblia, escolhendo uma passagem do capítulo 24 do livro do Deuteronômio, do que curiosamente omitiu a parte final onde se menciona de maneira expressa a D’us.
- Rodríguez Zapoatero referiu-se aos que passam fome, e citou especificamente a catastrofe de Haiti e a situação dos imigrantes.
- Para além disso, Rodríguez Zapatero mencionou o problema do paro e indicou que “quero proclamar o compromisso com os homens e mulheres que padecem a falha de trabalho”.
- Pouco depois de citar o livro do Deuteronômio, Rodríguez Zapatero realizou um guinho face a comunidade homosexual indicando que “a minha pregária quer reivindicar a liberdade de todos para viver a sua própria vida, para viver com a sua pessoa amada e ser respeitado”.
- Posteriormente, Rodríguez Zapatero referiu-se ao fundamentalismo religioso ao sublinhar que os EEUU sabe que a utilização da fê espúrea para justificar a violência pode ser algo muito destrutivo.
- Igualmente, Rodrñíguez Zapatero pediu uma lembrança, já fosse desde uma dimensão transcendente ou cívica, para as nossas vítimas do terrorismo.
- Como conclusão, Rodríguez Zapatero, que em todo momento tratou de evitar a menção de D’us, rematoi dizendo que a liberdade é um dos mais preçados dons que aos homens deam os céus.
A diferência das citas tomadas de clássicos como Cervantes, Shakespeare, Dante ou Homero, as extraídas da Bíblia acham-se sujeitas a um contexto não apenas necessário, senão também ineludível. Por isso chama enormemente a atenção que Rodríguez Zapatero tenha incorrido na ousadia de lêr uma passagem –incompleta, isso sim- do livro do Deuteronômio, o quinto livro da Torá mosaica. É assim porque o Deuteronômio apresenta uma cosmovisão clara e definida que choca frontal e claramente com as acções e a ideologia de Rodríguez Zapatero. A título de exemplo, sinalemos que o Deuteronômio, no seu capítulo 8 versículo 11 indica que “o olvido de D’us é a causa do mal duma nação”; o Deuteronômio, capítulo 23 versículo 17, estabelece como um claro mandamento que “não se deve praticar a homosexualidade entre os filhos de Israel”; o Deuteronômio, capítulo 6 versículos do 2 em adiante, indica que para que a uma pessoa lhe vaia bem deve obedecer os mandamentos de D’us, desde aquele que confissa a existência dum D’us único que estabelece o seu pacto com os homens, até os que proibem render culto às imagens, cometer homicídio, mentir ou roubar. O Deuteronômio, capítulo 6 versículos do 6 em adiante, insiste em que uma parte essencial da educação é ensinar às crianças a acção de D’us na História. O Deuteronômio, capítulo 11 versículo 31, indica como Israel possue a sua Terra por decisão explícita e justa de D’us. O Deuteronômio, capítulo 14 versículos do 22 em adiante, estabelece um tipo impositivo máximo do 10%, coim o que deve cobrir-se inclusso as necessidades dos mais menesterosos. O Deuteronômio, capítulo 22 e versículos do 13 em adiante, amiosa a conveniência de chegar virgem ao matrimônio. O Deuteronômio, capítulo 28 e versículos do 15 em adiante, sinala as conseqüências lamentáveis de abandoar a Lei de D’us para uma nação, incluíndo entre essas conseqüências a crise económica, o descenso da natalidade ou o peso excessivo dos estrangeiros na sua vida. E finalmente, e só por citar um exemplo mais, o Deuteronômio, capítulo 30 e versículos do 1 em adiante, proclama que a única via de restauração nacional plena que existe é a de volver aos caminhos de D’us ensinados na Bíblia.
Algum ignorante tem-se permitido nas últimas horas dizer que Rodríguez Zapatero, ao citar o Deuteronômio, situava-se ao lado da Teologia da Libertação. A realidade, muito nos tememos, é mais prosaica.
Rodríguez Zapatero quixo quedar bem mencionando uma das muitas passagens das Escrituras nas que se faz referência aos pobres. Porém, ao o fazer tem mutilado o versículo para evitar a menção de D’us e, sobretudo, tem escolhido um livro que deixa de manifesto até que ponto a sua política é um caminho de maldição, em todos os sentidos, para a nação espanhola.
Seria de desejar que a pessoa que escolheu a passagem para Rodríguez Zapatero, também o tivesse infomado de que todo aquele que mutila as Escrituras, ou as manipula, está sujeito ao castigo de D’us. E que a única saída a essa disjuntiva é a de volver-se humilde face esse Senhor que ele não se atreve, nem sequer, a mencionar.
CÉSAR VIDAL
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