05/02/10

O DEUTERONÔMIO E RODRÍGUEZ ZAPATERO


Conta a História que um reclusso chamado Juan, encerrado num campo de concentração na Ilha de Pathmos, experimentou uma série e visões nas que se descrevia não apenas o que ía sueder em breve, senão também o que aconteceria ao final da História. Foi assim como levou a cabo a redacção do Apocalipse, o último livro da Bíblia que concluia da seguinte maneira:

“Eu testemunho a todo o que escuta as palavras do livro este, que se alguém acrescenta alguma coisa, D’us acrescentar-lhe-á as pragas descritas neste livro. E se quita alguma das palavras do livro desta profecia, D’us quitar-lhe-á a sua parte da árvore da vida e da Cidade Santa”.

As palavras do autor do último livro da Bíblia constituiam uma séria advertência. A Bíblia não é um livro qualquer, debe tomar-se na sua totalidade e não resulta lícito expurgar entre as suas ensinanzas para ficar só com uns versículos e desprezar outros. De facto, aquele que se permite quitar ensinanzas da Bíblia ao seu antolho, só pode agardar que D’us, à sua vez, o prive da possibilidade de entrar na Cidade Santa ao final dos tempos.

Ontem teve lugar o agardadíssimo Almozo de Oração com Obama, ao que estava convidado o Presidente do Governo, D. José Luis Rodríguez Zapatero. Sem intenção de esgotar o tema, os factos são os seguintes:

  1. Ontem à manhã, hoira local dos EEUU, teve lugar o Almozo de Oração com a presença de Rodríguez Zapatero. Sentado ao lado de Michelle Obama, o Presidente do Governo escutou o “D’us abençou América”, que inaugurou o acto, e posteriormente um Senador pronunciou uma oração na que todos os presentes reclinaram as suas cabezas, agás o Primeiro Ministro espanhol.
  2. Rodríguez Zapatero começou o seu discurso dando as graças por ter sido convidado à oração, no nome de Espanha, em castelhano –a língua na que por vez primeira se rezou ao D’us do Evangelho nesta terra, Rodreíguez Zapatero ensalzou que “ninguém como vocês conhece o valor da liberdade religiosa”.e elogiou a seguir a demovcracia dos EEUU, que aboliu a escravidão, outorgou a liberdade de voto e eliminou a discriminação.
  3. Rodríguez Zapatero acrescentou que Espanha mira com admiração aos EEUU, já que é uma nação diversa, forxada na diversidade, também americana, a mais multicultural de Europa e, sobretudo, cristã.
  4. Com posterioridade, Rodríguez Zapatero citou a Bíblia, escolhendo uma passagem do capítulo 24 do livro do Deuteronômio, do que curiosamente omitiu a parte final onde se menciona de maneira expressa a D’us.
  5. Rodríguez Zapoatero referiu-se aos que passam fome, e citou especificamente a catastrofe de Haiti e a situação dos imigrantes.
  6. Para além disso, Rodríguez Zapatero mencionou o problema do paro e indicou que “quero proclamar o compromisso com os homens e mulheres que padecem a falha de trabalho”.
  7. Pouco depois de citar o livro do Deuteronômio, Rodríguez Zapatero realizou um guinho face a comunidade homosexual indicando que “a minha pregária quer reivindicar a liberdade de todos para viver a sua própria vida, para viver com a sua pessoa amada e ser respeitado”.
  8. Posteriormente, Rodríguez Zapatero referiu-se ao fundamentalismo religioso ao sublinhar que os EEUU sabe que a utilização da fê espúrea para justificar a violência pode ser algo muito destrutivo.
  9. Igualmente, Rodrñíguez Zapatero pediu uma lembrança, já fosse desde uma dimensão transcendente ou cívica, para as nossas vítimas do terrorismo.
  10. Como conclusão, Rodríguez Zapatero, que em todo momento tratou de evitar a menção de D’us, rematoi dizendo que a liberdade é um dos mais preçados dons que aos homens deam os céus.


A diferência das citas tomadas de clássicos como Cervantes, Shakespeare, Dante ou Homero, as extraídas da Bíblia acham-se sujeitas a um contexto não apenas necessário, senão também ineludível. Por isso chama enormemente a atenção que Rodríguez Zapatero tenha incorrido na ousadia de lêr uma passagem –incompleta, isso sim- do livro do Deuteronômio, o quinto livro da Torá mosaica. É assim porque o Deuteronômio apresenta uma cosmovisão clara e definida que choca frontal e claramente com as acções e a ideologia de Rodríguez Zapatero. A título de exemplo, sinalemos que o Deuteronômio, no seu capítulo 8 versículo 11 indica que “o olvido de D’us é a causa do mal duma nação”; o Deuteronômio, capítulo 23 versículo 17, estabelece como um claro mandamento que “não se deve praticar a homosexualidade entre os filhos de Israel”; o Deuteronômio, capítulo 6 versículos do 2 em adiante, indica que para que a uma pessoa lhe vaia bem deve obedecer os mandamentos de D’us, desde aquele que confissa a existência dum D’us único que estabelece o seu pacto com os homens, até os que proibem render culto às imagens, cometer homicídio, mentir ou roubar. O Deuteronômio, capítulo 6 versículos do 6 em adiante, insiste em que uma parte essencial da educação é ensinar às crianças a acção de D’us na História. O Deuteronômio, capítulo 11 versículo 31, indica como Israel possue a sua Terra por decisão explícita e justa de D’us. O Deuteronômio, capítulo 14 versículos do 22 em adiante, estabelece um tipo impositivo máximo do 10%, coim o que deve cobrir-se inclusso as necessidades dos mais menesterosos. O Deuteronômio, capítulo 22 e versículos do 13 em adiante, amiosa a conveniência de chegar virgem ao matrimônio. O Deuteronômio, capítulo 28 e versículos do 15 em adiante, sinala as conseqüências lamentáveis de abandoar a Lei de D’us para uma nação, incluíndo entre essas conseqüências a crise económica, o descenso da natalidade ou o peso excessivo dos estrangeiros na sua vida. E finalmente, e só por citar um exemplo mais, o Deuteronômio, capítulo 30 e versículos do 1 em adiante, proclama que a única via de restauração nacional plena que existe é a de volver aos caminhos de D’us ensinados na Bíblia.

Algum ignorante tem-se permitido nas últimas horas dizer que Rodríguez Zapatero, ao citar o Deuteronômio, situava-se ao lado da Teologia da Libertação. A realidade, muito nos tememos, é mais prosaica.

Rodríguez Zapatero quixo quedar bem mencionando uma das muitas passagens das Escrituras nas que se faz referência aos pobres. Porém, ao o fazer tem mutilado o versículo para evitar a menção de D’us e, sobretudo, tem escolhido um livro que deixa de manifesto até que ponto a sua política é um caminho de maldição, em todos os sentidos, para a nação espanhola.

Seria de desejar que a pessoa que escolheu a passagem para Rodríguez Zapatero, também o tivesse infomado de que todo aquele que mutila as Escrituras, ou as manipula, está sujeito ao castigo de D’us. E que a única saída a essa disjuntiva é a de volver-se humilde face esse Senhor que ele não se atreve, nem sequer, a mencionar.


CÉSAR VIDAL

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